A campanha de Bolsonaro (PL) tem atuado para diminuir a rejeição do presidente entre o eleitorado feminino. Levantamento mais recente feito pelo DataFolha mostra que 54% das mulheres brasileiras rejeitam o presidente.
Diante de tal cenário, a campanha de Bolsonaro tem colocado em prática estratégia para diminuir a rejeição do presidente entre as mulheres. A primeira-dama Michelle Bolsonaro tem atuado para atenuar a imagem machista do mandatário.
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No entanto, assim como no caso da pandemia, onde as piadas de Bolsonaro com os mortos da Covid estão registradas em vídeos e áudios, o mesmo se dá com a série de ataques machistas de misóginos do presidente.
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O fato é que Bolsonaro e toda a claque que orbita em torno de sua figura são, historicamente, figuras machistas, misóginas e que nutrem profundo ódio por tudo aquilo que esteja fora de uma certa masculinidade violenta e tóxica.
Abaixo, separamos uma série de declarações de ódio às mulheres proferidas por Bolsonaro:
Antes de ser presidente, Bolsonaro já era uma figura conhecida por seus ataques machistas. Um dos casos mais emblemáticos se deu com a deputada federal Maria do Rosário quando, em entrevista ao jornal Zero Hora, em 2014, o presidente declarou que não estupraria Rosário "por ser muito feia".
"Ela não merece porque ele é muito ruim, porque ele é muito feia, não faz o meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece".
Além da entrevista, Bolsonaro, quando deputado federal, usou a tribuna para atacar Maria do Rosário: "Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, tu me chamou de estuprador, no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui pra ouvir".
Ataque à licença-maternidade: também em entrevista ao jornal Zero Hora, o presidente declarou que os empregadores estão corretos em privilegiar os homens na hora de contratar, pois, não engravidam:
"Quando o cara vai empregar, entre um homem e uma mulher jovem, o que que o empregador pensa? 'Poxa, essa mulher aqui tá com uma aliança no dedo, não sei o quê, ela vai casar, é casada, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade, bonito para c***, para c***'. Quem vai pagar a conta? É o empregador".
Turismo sexual e gay: logo que assumiu a presidência da República, Bolsonaro declarou que o Brasil não poderia mais "um país de turismo gay, mas quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher fique à vontade".
Ataque à jornalista Patrícia Campos Mello, em 2020: Ao ser questionado por apoiadores sobre reportagem de Campos Mello que apontava irregularidades em sua campanha de 2018, Bolsonaro afirmou que a profissional oferece o corpo em troca de conteúdo.
"Ela [jornalista] queria um furo. Ela queria dar o furo", declarou o presidente em tom sarcástico. À época, houve reação de várias entidades de classe e solidariedade à profissional.
Além da jornalista Campos Mello, Bolsonaro também atacou Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Ao questionar o fato de o presidente estar sem máscara, ele a mandou "calar a boca".
A repórter Victoria Abel, da Rádio CBC, também foi agredida: "volta para a faculdade, para o ensino médio, depois para o jardim de infância e aí nascer de novo".
Em outra ocasião, Bolsonaro chamou a jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, de "quadrúpede".
"Fraquejada":
Em entrevista dada em abril de 2017, o presidente afirmou que a sua única filha mulher foi fruto de "uma fraquejada"
"Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher".
Deboche da ausência de mulheres em seu ministério
No primeiro ano de seu governo, Bolsonaro usou o 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, para debochar da baixa participação de mulheres em sua equipe ministerial:
"Pela primeira vez na vida o número de ministros e ministras está equilibrado em nosso governo. Temos 22 ministérios, 20 homens e duas mulheres".
“São tantos direitos que duvido que quem esteja nos ouvindo vá continuar dando empregos às mulheres. Demitir uma mulher é a coisa mais difícil que existe. Quando se criam certas vantagens como licença-gestante.” Deputado Jair Bolsonaro.
“Ela [presidente Dilma Rousseff] não tem compromisso com a família. Se tivesse, não teria indicado a Eleonora Menicucci para ser ministra das Mulheres, pois ela declara, no Correio Braziliense, que continua tendo relações com homens e mulheres, ou seja, no linguajar popular: sapatona! E ainda diz que o seu grande orgulho é a filha, que é gay.” Deputado Jair Bolsonaro. Fonte: site da Câmara dos Deputados, 27 de março de 2013.
“Não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente.” Deputado Jair Bolsonaro. Declaração dada no SuperPop, 15 de fevereiro de 2016.
“Ela [Miriam Leitão, jornalista] estava indo para a guerrilha do Araguaia quando foi presa em Vitória. E depois conta um drama todo, mentiroso, que teria sido torturada, sofreu abuso etc. Mentira. Mentira.” Presidente Jair Bolsonaro, 19 de julho de 2019.
“A grande mídia deu espaço enorme [sobre a morte de Marielle Franco]. Chamou de ‘heroína’, ‘futura presidente’, ‘mulher lésbica’. Peraí... Morre gente da sociedade e ninguém toma providência.” Presidente Jair Bolsonaro. Fonte: DW, 30 de outubro de 2019.
“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff! Pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo, e por Deus acima de todos, o meu voto é ‘sim’!” Deputado Jair Bolsonaro, no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Fonte: site da Câmara dos Deputados, 17 de abril de 2016.