Um caso, em 2018, entrou para a história das mentiras contadas em época de eleição, que de alguns anos para cá são chamadas pelo anglicismo “fake news”: a ‘mamadeira de piroca’. Um vídeo esdrúxulo, levado ao ar pela primeira vez em 25 de setembro de 2018, em plena campanha do 1° turno ao Palácio do Planalto, mostrava um homem segurando uma mamadeira com bico em formato de pênis, possivelmente comprada num sex shop, afirmando que aquele apetrecho seria usado em crianças, nas creches, se Fernando Haddad e o PT chegassem ao poder.
“Essa aqui é a mamadeira distribuída na creche para o seu filho com a desculpa de combater a homofobia. O PT e o Haddad pregam isso para o seu filho, seu filho de cinco, seis anos”, diz uma pessoa não identificada no vídeo propagado pelo perfil de Jean Amaral. A publicação alcançou, em 72 horas, 3,7 milhões de visualizações e mais de 95 mil compartilhamentos.
Apenas quatro dias depois, as imagens eram ainda mais disseminadas. O perfil de uma mulher que se identifica como Maria de Lourdes da Silva compartilhou o vídeo, que desta vez teve 4,9 milhões de visualizações e 96 mil compartilhamentos.
A ‘mamadeira de piroca’ é o mais emblemático caso da baixeza das redes bolsonaristas e de como o presidente e seus adeptos agem para destruir adversários. No entanto, o que assusta, é que os dois perfis seguem no ar e permanecem divulgando material com informações falsas contra o PT e, sobretudo, contra Lula.
À época do bizarro fato, a equipe jurídica da campanha de Fernando Haddad entrou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo providências contra as duas pessoas que propagavam a mentira envolvendo seu nome e o de seu partido. O ministro Jorge Mussi chegou a oficiar os dois acusados, mas com o fim das eleições e a vitória de Jair Bolsonaro, concluiu que não faria mais sentido dar sequência no processo e o suspendeu.
Hoje, uma breve passagem pelos dois perfis no Facebook revela que, tanto Jean como Maria de Lourdes, seguem compartilhando e pulverizando postagens com informações falsas, quase todas marcadas com tarjas de serviços de verificação, que alertam para a falta de veracidade de um post.