Um dos poucos segmentos em que o ex-presidente Lula (PT) não lidera nas pesquisas de intenção de voto, e onde tem sido atacado ferozmente com uma enxurrada de mentiras pelas milícias digitais de Jair Bolsonaro (PL), os evangélicos passarão a contar, em breve, com conteúdos exclusivos sobre o líder de esquerda. É que a campanha de Lula notificou oficialmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a criação de 12 perfis em redes sociais direcionados especialmente a esses eleitores.
Os novos perfis, que já foram gerados e que estão fechados ao público e sem conteúdo, segundo o diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, serão no TikTok, Kwai, Twitter, Facebook e Instagram, além de um site que trará as diretrizes do projeto político de Lula para os fiéis evangélicos, com material de propaganda.
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No ar, o Restitui Brasil servirá como uma espécie de endereço oficial da ofensiva pela conquista dos votos de milhões de evangélicos, que representam aproximadamente 32% dos eleitores do país, e, logo na home, uma citação bíblica joga por terra uma das principais bandeiras do bolsonarismo: as armas:
“Pois, embora vivamos como seres humanos, não lutamos segundo os padrões humanos. As armas com as quais lutamos não são humanas! – 2 Coríntios 10:3”, diz a abertura do site, seguida por uma área denominada “nossas armas são outras”.
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“Quando o povo no deserto, deixou de confiar em Deus, construiu para si um bezerro de ouro. Não podemos cair nas ciladas do inimigo, que quer minar nossa fé em Jesus. Essa é a artimanha para trazer mais violência para o Brasil e ceifar ainda mais vidas. Somos servos do Deus altíssimo e com Ele assumimos o compromisso de defender a vida!”, alerta um outro trecho encontrado na página.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (18), Bolsonaro apareceu com 49% da preferência do eleitorado evangélico, contra 32% de Lula, uma diferença de 17%. Eles já chegaram a estar empatados neste grupo, mas nos últimos dois meses o radical de extrema-direita lançou mão de uma odiosa campanha difamatória contra o ex-presidente, chamando-o de “filho do demônio” e mentindo descaradamente sobre um suposto plano do petista de fechar igrejas se vencer a disputa.
“Alguns setores evangélicos, tanto dos partidos da coligação quanto de fora dele, nos contataram com interesse em atuar junto a comunidades evangélicas na campanha, e para isso ser possível registramos esses sites e perfis no TSE”, explicou a assessoria de campanha de Lula sobre a iniciativa de criar esses perfis e conteúdos, de acordo com a Folha.