Jair Bolsonaro (PL), a menos de 2 meses para a eleição, vem tentando de tudo para evitar uma vitória do ex-presidente Lula (PT) já no primeiro turno. Nesta terça-feira (2), o presidente se aproveitou da alta audiência do SBT, já que a emissora transmite, nesta noite, o jogo entre Corinthians e Flamengo pelas quartas de final da Copa Libertadores da América, para dar uma entrevista exclusiva.
A entrevista chapa branca - termo usado para designar jornalistas ou veículos que não fazem qualquer tipo de crítica a um governante -, aconteceu justamente um dia após a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, visitar o SBT e se reunir com o vice-presidente e o gerente de relações institucionais da emissora.
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Sem receber nenhum tipo de pergunta incômoda, Bolsonaro se mostrou nervoso, falando de forma acelerada sobre o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 às vésperas das eleições. Ele estava usando uma medalha de Nossa Senhora como pingente para fora da camisa social e por cima da gravata e, ao fundo da sala, manteve expostas camisetas do Corinthians e do Flamengo.
Perguntado se iria aos debates, o presidente desconversou: "Pretendo ir, mas na política é tudo dinâmico, até porque tenho muita coisa a apresentar. Não vou ficar preso a uma agenda onde vão me atacar".
Em outro momento, disse que não vai assinar a carta em defesa da democracia organizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que já recebeu mais de 600 mil assinaturas. "Essa carta é política. Eu não preciso falar se sou democrata ou não. Em algum momento falei que queria controlar a imprensa e as mídias sociais? Eu defendo as mulheres do Brasil (...) Essa carta, como tá, não precisa assinar. Eu comprovo que sou democrata pelas coisas que fiz", declarou.
Em nenhum momento Bolsonaro foi perguntado sobre seus ataques ao sistema eleitoral brasileiro ou mesmo se vai aceitar o resultado das urnas caso saia do pleito derrotado.