ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro gasta R$89 milhões em publicidade enganosa

Secom contratou três campanhas publicitárias com os nomes “Governo Fraterno”, “Governo Trabalhador” e “Governo Honesto”; total gasto pela secretaria desde 2019 é de R$ 838 milhões

Créditos: Agência Brasil
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A Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal (Secom) gastou R$ 89 milhões em três campanhas publicitárias intituladas “Governo Fraterno”, “Governo Trabalhador” e “Governo Honesto”, em pleno ano eleitoral. A informação foi publicada nesta terça-feira (2) na Agência Pública e obtida via Lei de Acesso à Informação.

O Ministério das Comunicações afirmou que as três campanhas seriam eixos temáticos de uma campanha maior. Com quase R$90 milhões gastos, a campanha consumiu 60% de todos os gastos da Secom neste ano, que somam R$150 milhões e incluem, por exemplo, os R$ 4,3 milhões pagos a campanhas relacionadas à pandemia e vacinação. O total gasto pela secretaria ao longo do governo Bolsonaro, a partir de 2019, foi de R$ 838 milhões.

Quando perguntado sobre o período de divulgação das campanhas, o governo manteve o silêncio. Também nos canais oficiais da Secom e em seus perfis nas redes sociais as campanhas foram apagadas no último dia de 2 de julho, devido à lei eleitoral que proíbe qualquer campanha ou ação que possam configurar propaganda eleitoral a partir da data.

Para o Ministério das Comunicações o objetivo das campanhas seria o de afirmar o “compromisso do Governo Federal na promoção de um país mais desenvolvido, inclusivo e com oportunidades para todos”. Para atingir esse objetivo, a campanha mostraria os principais feitos e entregas do Governo Federal. Mas a falta de material é evidente, tanto que na ocasião dos dois mil dias de governo, uma semelhante campanha foi divulgada e, entre os exemplos, o governo se gabava de haver “acolhido vítimas do comunismo”, referindo-se a cidadãos venezuelanos que decidiram cruzar a fronteira para o Brasil em busca de uma vida um pouco melhor.