Luciano Hang, o "Véio da Havan", foi às redes sociais, nesta quinta-feira (18), para tentar se desvincular da conspiração golpista em grupo de WhatsApp composto por empresários do qual faz parte.
Reportagem do jornalista Guilherme Amado no portal Metrópoles, divulgada nesta quarta-feira (17), revela que empresários bolsonaristas, neste grupo, defendem abertamente um golpe de estado caso Lula (PT) vença as eleições de outubro.
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Hang, que já chegou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, não falou diretamente sobre golpe no grupo em questão, mas também não questionou a atitude dos colegas. A única mensagem do dono das lojas Havan que consta na reportagem é uma em que projeta "mais 4 anos de Bolsonaro e mais 8 de Tarcísio", em referência ao ex-ministro que, atualmente, é candidato ao governo do estado de São Paulo.
Ao comentar o assunto, no entanto, não negou o conteúdo das mensagens dos colegas. Pelo contrário: lavou as mãos e jogou a responsabilidade para os outros membros do grupo. "A imprensa faz isso com frequência, me envolve em polêmicas que não tenho nada a ver. Não sou responsável pelo o que os outros dizem", escreveu o Véio da Havan através do Twitter. "Várias pessoas estão no grupo e comentam sobre vários assuntos. Eu raramente me manifesto lá", disse ainda.
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Coação de funcionários
Além da defesa aberta um golpe de estado caso Lula (PT) vença a eleição de outubro, o grupo de WhatsApp teve ainda sugestão, por parte do empresário José Koury, do Barra World Shopping, de comprar votos de seus funcionários em prol de Jair Bolsonaro (PL).
Luciano Hang, que agora tenta se desvincular dos colegas, já chegou a ser condenado por motivo parecido. Em maio deste ano, a Justiça condenou o empresário a pagar R$ 30 mil de indenização a uma ex-funcionária pelo fato de ele ter coagido a mulher e outros funcionários a votarem em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.
Na denúncia, a mulher aponta que o Véio da Havan pressionava os trabalhadores a votarem em seu candidato, sob o risco de serem demitidos. Em vídeo que circulava internamente para os funcionários, Hang dizia que, se algum candidato de esquerda vencesse a eleição, ele iria "repensar" o plano de crescimento da rede de lojas, em um claro gesto de assédio moral.