A cada pesquisa Datafolha, novos dados vão se agregando à reprovação um presidente que teme ir para o sistema penitenciário após deixar o Planalto. O manejo criminoso da pandemia de Covid-19 que deixou quase 700 mil mortos, a desregulamentação ambiental que permitiu a queima dos cinco biomas brasileiros como nunca, as filas do osso nos açougues do país, o preço dos combustíveis, dos alimentos, dos alugueis, as constantes humilhações em cúpulas internacionais, e uma interminável lista de absurdos uma hora cobram o seu devido preço.
Se no final de julho 52% dos brasileiros haviam declarado ao Instituto que não confiavam em uma palavra sequer do que diz o atual mandatário da nação, neste 18 de agosto foi a vez de outros 51% deixarem claro que não votariam no ex-capitão de forma nenhuma. 37% dizem o mesmo de Lula, pouco mais que os 32% que declararam voto no atual presidente no primeiro turno e a mesma porcentagem dos que declaram para um possível segundo turno.
Lula tem 47% das intenções de votos no primeiro turno, que representam hoje 51% dos votos válidos. É possível que ele ganhe já em dois de outubro. No entanto, não podemos cravar e uma nova disputa, no dia 30 do mesmo mês é possível. A vitória em primeiro turno já configura uma goleada eleitoral, pela enorme dificuldade de atingi-la, sobretudo em um país que teve as últimas três eleições presidenciais acirradas e levadas ao segundo turno. No entanto, mesmo em um segundo, a derrota de Bolsonaro tende a ser acachapante.
No caso de um segundo turno nessas eleições de 2022, a rejeição a Bolsonaro deve ser determinante para a goleada lulista que, hoje, colocaria em média 17 pontos percentuais entre vencedor e perdedor. De acordo com o Datafolha, 43% reprovam o atual governo e devem compor os 54% que declararam ter intenções de voto no ex-presidente Lula em um possível 30 de outubro. Bolsonaro obteria, nesse caso, 37%.