De acordo com relatório da Polícia Federal divulgado nesta quarta (17) para a imprensa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) incitou espectadores de sua live de outubro do ano passado a desrespeitarem as medidas sanitárias e os desencorajou a tomar as vacinas que recém chegavam para a população. Na ocasião, Bolsonaro usou um estudo inexistente como base para fazer uma associação entre as vacinas contra a Covid-19 e a infecção por Aids.
Além da fonte de Bolsonaro ter sido tirada sabe-se lá de onde, não faltaram declarações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou de outras autoridades em saúde, como o Instituto Fiocruz, desmentindo a declaração do presidente.
A investigação pediu junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da delegada Lorena Nascimento, autorização para indiciar e tomar depoimentos de Bolsonaro e do tenente Mauro Cid, que o ajudou a produzir o material.
O quê mais diz o relatório?
Além da live citada em que o presidente divulgou mais uma mentira, os investigadores ainda fizeram apontamentos a respeito do esquema de propagação das fake news bolsonaristas. Para os investigadores, o modus operandi bate com outros esquemas semelhantes no Brasil e no mundo, incluindo aquele que já é investigado no STF, e que trata do vazamento de dados sigilosos de uma apuração da PF sobre ataques às urnas eletrônicas.
Inquérito do qual na tarde desta quarta-feira (17), a vice-PGR Lindôra Araújo pediu o arquivamento. Na ocasião Bolsonaro levou a público informações sobre uma suposta invasão hacker no Tribunal Superior Eleitoral em 2018, a fim de justificar seu discurso de que as eleições daquele ano teriam sido fraudadas. Além desse, há outros escândalos investigados no inquérito.