O jornalista Chico Pinheiro, que deixou a TV Globo em abril deste ano e que, desde então, vem se posicionando politicamente de forma mais aberta, será o apresentador do comício de Lula (PT) marcado para esta quinta-feira (18) em Belo Horizonte (MG). O ato político da campanha petista terá início às 18h na Praça da Estação.
"Acho que há momentos na vida do país em que a gente não pode se omitir. Eu deixei o jornalismo diário e coloco o meu conhecimento de comunicação e de jornalismo à serviço da campanha do presidente Lula por entender que é um momento especial na vida do Brasil. É o momento de a civilização vencer a barbárie", declarou Pinheiro à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
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"Será a primeira vez que eu subo em um palanque para unir a minha voz à voz de uma multidão de pessoas conscientes. Seguimos na luta para buscar a vitória dos valores da civilização e da democracia", disse ainda o jornalista.
Chico Pinheiro, além de conduzir o comício, se reunirá com Lula para definir que função exatamente desempenhará na campanha do ex-presidente. "É um trabalho voluntário", afirmou.
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Saída da Globo e posicionamento político
Em abril, quando deixou a Globo, Chico Pinheiro afirmou que se empenharia na "luta contra a barbárie", mas que não atuaria a serviço de um candidato em específico.
"Se precisar me envolver com alguma bandeira para lutar, com a arma da caneta, pela civilização e contra a barbárie, estou aqui. Porque eu não estou a serviço de candidatos, mas da democracia. Na minha opinião, o golpe está sendo dado, mas não é mais com tanques nas ruas, e sim com a desmoralização das instituições", disse o jornalista em entrevista à Cristina Padiglione, colunista da Folha.
Na mesma entrevista, Pinheiro comentou sobre o áudio vazado em 2018, em que se mostra indignado com a prisão de Lula. O caso fez com que o diretor-geral de jornalismo da Globo, Ali Kamel, divulgasse um comunicado advertindo jornalistas da emissora a não se pronunciarem politicamente.
"Às vezes eu causava sustos, digamos. Cheguei a chamar de golpe, no Bom Dia Brasil, a comissão formada para o processo de impeachment da Dilma, que era liderada pelo Eduardo Cunha, deputado cassado pouco depois do impeachment. Eu disse textualmente: 'Não vejo nenhuma autoridade moral nessa comissão de Eduardo Cunha porque todos os envolvidos estão com suspeitas de corrupção. Como eles querem ter autoridade para cassar uma presidenta democraticamente eleita? Isso é golpe. Ninguém aí tem autoridade moral pra isso'", pontuou à época.