O presidente Jair Bolsonaro deu a largada de sua campanha à reeleição à presidência da República nesta terça-feira (16) na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde levou uma facada na eleição presidencial de 2018.
Antes da realização de uma motociata em Juiz de Fora, Bolsonaro discursou em encontro com lideranças evangélicas improvisado em um hangar. Aos presentes, ele agradeceu "pela segunda vida" que lhe foi dada após a facada e afirmou que "pegou o Brasil à beira de um colapso econômico" e perto de se tornar uma nação socialista.
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Diferente do que foi o seu governo na prática, o mandatário afirmou que, quando eleito, operou o terceiro milagre ao "não aceitar indicações partidárias para compor o seu ministério", no entanto, nada falou sobre os seus acordos com o Centrão, e voltou a afirmar que a sua conduta durante a pandemia foi correta e, novamente, não falou sobre o fato de não ter aceito oferta de vacina mais barata feita pela Pfizer.
O presidente, assim como fez em outras ocasiões voltou a dizer que toma as suas decisões com uma caneta bic e, na sequência, "alertou" os presentes sobre os países da América Latina "de viés de esquerda". 'Os caras sempre pregam o paraíso, justiça social, igualdade... muito bonito, da boca pra fora, mas a realidade é bem diferente. Levam todos para igualdade, mas para baixo, na miséria”.
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Em seu discurso, Bolsonaro associou o presidente Lula a fake news sobre o fechamento de igrejas e usou como exemplo a Nicarágua e a Venezuela, pois, para o presidente as duas nações representam o socialismo, a perda de liberdade e o que o Brasil pode virar "se fizer as escolhas erradas [...] perderam a liberdade, perderam a liberdade de professar a sua fé".
No fim de seu discurso, Bolsonaro associou as medidas de combate ao coronavírus à ditaduras e afirmou que elas foram os primeiros avisos do que o Brasil pode se tornar se ele perder a eleição.
"Vocês sentiram um pouco da ditadura durante a pandemia. As igrejas, por exemplo, sendo fechadas, pessoas sendo proibidas de trabalhar e alguns mandando prender quem estava na praia, prenderam mulheres em praça pública [...] estamos vencendo tudo isso, temos uma batalha pela frente, a questão da nossa liberdade”, disse Bolsonaro.
Antes de iniciar discurso em palanque montado na mesma rua em que levou a facada na cidade de Juiz de Fora, Bolsonaro usou as redes sociais para associar o ex-presidente Lula (PT), o seu principal adversário nas eleições deste ano ao aborto, drogas e socialismo.
"É preciso estar atento. A partir de hoje, mais do que nunca, os que amam o vermelho passarão a usar verde e a amarelo, os que perseguiram e defenderam fechar igrejas se julgarão grandes cristãos, os que apoiam e louvam ditaduras socialistas se dirão defensores da democracia", escreveu.
Em outro tuíte, o presidente declarou que "Temos o privilégio de não precisar enganar o povo sobre quais são nossos valores neste período: somos a favor da família, do livre mercado e do direito à legítima defesa. Somos contra as drogas e o narcotráfico, o controle da mídia e internet, a ideologia de gênero e o aborto".