Em sua live semanal desta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu esconder que está abalado com o movimento crescente de inúmeros setores da sociedade em defesa da democracia e contra os ataques que faz ao sistema eleitoral.
Dois grandes manifestos neste sentido vêm incomodando o mandatário: um organizado pela Faculdade de Direito da USP, que já reuniu, em poucos dias, mais de 300 mil assinaturas, incluindo artistas, intelectuais, políticos, empresários e ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e outro elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que ainda será lançado e já ganhou o apoio, inclusive, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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Foi este último, o da Fiesp, que Bolsonaro criticou nesta quinta-feira. "Não entendi. É uma nota política em ano eleitoral (...) Não consigo entender. Estão com medo do quê, se eu estou há três anos e meio no poder. Nunca teve uma palavra minha, uma ação, um gesto… Nunca falei em controlar a mídia, controlar as mídias sociais, democratizar a imprensa. Nunca. Por quê isso aqui?”, questionou o presidente.
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"Cartinha"
Na quarta-feira (27), quando a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa da Democracia e do Estado de Direito divulgada pela Faculdade de Direito da USP atingiu 100 mil assinaturas em apenas 24 horas, Bolsonaro, assim como fez nesta quinta-feira com o manifesto da Fiesp, já havia demonstrado incômodo.
Em uma convenção do PP, afirmou que não precisa de “cartinha nenhuma” para defender a democracia e mostrar seu apoio às instituições. O mais curioso é que, na Carta, o nome do presidente não é citado. A Carta expressa a preocupação com desvios autoritários que ameaçam democracias, dando como exemplo a invasão do Capitólio, em Washington, nos EUA, e deixou claro o compromisso de todos os que defendem a liberdade democrática em se unir contra esse tipo de agressão.