ELEIÇÕES 2022

Lula fará primeiro comício de campanha no Vale do Anhangabaú, palco histórico das Diretas Já

Ex-presidente pretende repetir o movimento de 1984, que reuniu uma multidão no centro de São Paulo pelo fim da ditadura militar, em seu primeiro ato oficial de campanha à presidência

Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en POLÍTICA el

O ex-presidente Lula definiu, junto ao PT, que seu primeiro comício oficial da campanha à presidência será no Vale do Anhangabaú, em São Paulo (SP), no dia 20 de agosto. O evento acontecerá 4 dias após a data estipulada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que candidatos e partidos possam iniciar atividades de campanha nas ruas e nas redes sociais. 

O local escolhido carrega forte componente simbólico. O Vale do Anhangabaú foi o palco, em 16 de abril de 1984, do comício de encerramento das Diretas Já, movimento que pedia o fim da ditadura militar e clamava por eleições diretas. Naquele dia, o vale no centro da capital paulista foi tomado por uma multidão de um milhão e meio de pessoas. 

À época, lideranças de diferentes campos políticos, inclusive adversários, se uniram contra o regime militar e em prol da democracia.  O próprio Lula esteve presente no comício das Diretas Já no Vale do Anhangabaú, com figuras como Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro. 

38 anos depois, Lula voltará ao local, novamente, unido a outro antigo adversário político: Geraldo Alckmin, que saiu do PSDB, se filiou ao PSB e será candidato a vice-presidente na chapa liderada pelo petista. 

"Vamos fazer uma campanha de união nacional e, ao mesmo tempo, sinalizar para o eleitor conservador de São Paulo que o PSDB verdadeiro e histórico, que a social-democracia é o Alckmin, não o Doria", disse à Carta Capital o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto. 

"As Diretas foram uma campanha importante no nosso processo de conquista democrática. Agora também se coloca a importância da reorganização das organizações democráticas e do respeito à Constituição", endossou, em entrevista à Folha de S. Paulo, o presidente do PT paulista, Luiz Marinho.