O presidente da União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Agência Brasileira de Inteligência (Intelis/Abin), Daniel Almeida de Macedo, decidiu deixar o cargo após nota da entidade em defesa das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro. Macedo anunciou a saída do posto em portaria publicada nesta quarta-feira (20).
No mesmo dia, mais cedo, a associação, que representa profissionais do órgão que é subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), chefiado pelo general Augusto Heleno, se juntou a inúmeras outras entidades e divulgou comunicado para rebater as teses infundadas de Jair Bolsonaro (PL) sobre fraude nas urnas, disseminadas em reunião com embaixadores estrangeiros no âmbito de uma tentativa golpista do presidente de colocar o pleito de outubro em xeque.
A nota dos servidores da Abin havia sido aprovada pela diretoria da associação por 5 votos a 1. Macedo foi o voto vencido e, diante da decisão de seus pares, afirmou que não se sentia mais confortável em permanecer na presidência da entidade. Ele havia sido eleito para o cargo em junho e tomou posse na última sexta-feira (15).
Nota dos profissionais da Abin
A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Agência Brasileira de Inteligência (Intelis | Abin) divulgou nota pública quarta-feira (20) em que afirma que "não há qualquer registro de fraude nas urnas eletrônicas desde a implantação do atual sistema, vinte e cinco anos atrás".
A Abin é subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional, que tem como ministro-chefe o general Augusto Heleno. O militar foi um dos organizadores do evento com embaixadores em que Jair Bolsonaro (PL) mostrou um power point e repetiu mentiras sobre fraudes nas urnas eletrônicas que teriam ocorrido nas eleições de 2014, 2018 e 2020.
"Ao longo de toda a história da utilização da urna eletrônica, os profissionais de inteligência de Estado têm prestado apoio técnico especializado à Justiça Eleitoral no fornecimento e implementação de sistemas e dispositivos criptográficos, que contribuem para a autenticidade, confidencialidade e inviolabilidade dos programas e dados das urnas utilizadas no país. A criptografia de Estado e os sistemas de assinatura digital desenvolvidos e aperfeiçoados por nossos servidores fazem parte do ecossistema complexo de barreiras que tem resistido com sucesso às diversas tentativas de ataques executadas durante testes públicos de segurança da plataforma, como reconhece publicamente o Tribunal Superior Eleitoral", diz o texto.
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