O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu ponto a ponto as novas acusações feitas por Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira (18), durante encontro com embaixadores a respeito do sistema eleitoral brasileiro. A Corte reiterou, novamente, a segurança das urnas eletrônicas.
Em uma nota em que rebate 20 tópicos, o TSE rechaçou as afirmações de Bolsonaro de que as urnas eletrônicas não são seguras e as eleições seriam passíveis de fraudes.
“É falso que hacker teria atacado sistema de votação no 1º turno das Eleições Municipais de 2020. As investidas de hackers na época do pleito de 2020, com mais de 486 mil conexões por segundo, não obtiveram sucesso”, disse o TSE.
A corte rebateu, ainda, a afirmação do presidente de que as sugestões apresentadas pelas Forças Armadas para a Comissão de Transparência Eleitoral (CTE) tenham sido ignoradas ou rejeitadas.
“Mais de 70% das propostas da CTE foram acolhidas para as Eleições 2022. De 44 sugestões, 32 foram acolhidas, 11 ainda serão estudadas para o novo ciclo eleitoral (2023-2024) e apenas uma foi rejeitada”, destacou o TSE.
Em relação à alegação repetida por Bolsonaro aos embaixadores de que as urnas apresentaram problemas em 2018, o TSE disse que um vídeo que circula na internet com essa alegação é editado.
“Avaliação de peritos em edição comprova que o vídeo é falso. Verificam-se cortes no filme, que confirmam que houve montagem. Além disso, no momento em que o primeiro número é apertado, o teclado da urna não aparece por completo, o que sugere que outra pessoa teria digitado o restante do voto. É possível, ainda, constatar, no programa de edição, o ruído de dois cliques simultâneos, o que reforça essa tese”, disse.
A Corte também informou que as declarações de que somente “Butão e Bangladesh” utilizam as urnas eletrônicas sem voto impresso se tratam de “fake news antiga”. Além destas nações, “parte do eleitorado da França e dos Estados Unidos” usam o sistema eletrônico, sem adoção de impressão do voto.
A embaixadores, Bolsonaro diz que “não deveria ter tido eleição” em 2020
Bolsonaro reuniu embaixadores e representantes diplomáticos para voltar a repetir seus ataques sem provas e já amplamente rebatidos às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral brasileiro.
O evento teve cerca de 45 minutos de duração, com transmissão pela emissora pública TV Brasil.
O presidente continua repetindo ataques desde 2020, mas até hoje não apresentou provas das acusações que faz. Ao contrário, ele mesmo repetiu mais de uma vez que não tem provas. Mesmo assim, mantém a narrativa.
É bom lembrar que nenhuma eleição realizada no país desde o início da utilização das urnas eletrônicas apresentou indício sério de fraude.
Com informações da Reuters e do R7