CIDADÃO DE BEM

MPF faz operação contra bolsonarista dono de drone que atacou ato de Lula em MG

Rodrigo Luiz Parreira, que já foi condenado por roubo e estelionato, teria falsificado documentos para tirar registro de CAC. Um fuzil foi apreendido em uns dos endereços do agropecuarista

Imagem ilustrativa.Créditos: Rojgar Aur Nirman/Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

O Ministério Público Federal (MPF) realizou uma operação nesta sexta-feira (1°) contra o dono do drone que atacou um líquido ainda não identificado contra participantes de um ato político de apoio ao ex-presidente Lula em Uberlândia (MG). Rodrigo Luiz Parreira, agropecuarista bolsonarista de 38 anos que foi detido pela Polícia Militar na ocasião, no último dia 15, suspeito de comandar o ataque, tem condenações na Justiça pelos crimes de roubo e estelionato, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Desta vez, os agentes do MPF foram a cinco endereços de Parreira e coletaram provas que corroboram uma suspeita investigada pelos procuradores de que ele teria falsificado documentos para tirar um registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador). Um fuzil foi apreendido num dos imóveis vistoriados durante a operação.

Benedito Vieira, advogado que defende Parreira, afirmou que não se posicionaria sobre qualquer acusação porque “nem a defesa nem o investigado tiveram acesso a qualquer peça do procedimento instaurado pelo procurador Onésio Soares Amaral”. Ele mostrou-se contrariado com a entrada do MPF no caso, já que, segundo suas palavras, “a origem dos fatos decorre de evento em que foi designado a responsabilidade da investigação ao Gaeco e ao Ministério Público Estadual”.

A ladainha da “perseguição ideológica” não poderia faltar na defesa. Após ter colocado em risco pessoas que participavam democraticamente de um evento político, usando um aparelho que precisa ter autorização de voo por parte da Anac, sem expor qualquer cidadão a perigos, o advogado seguiu a já conhecida linha dos bolsonaristas.

“A defesa contribuiu com o que pode com a autoridade policial e quer acreditar que o investigado não esteja sendo perseguido por questões ou influências políticas ideológicas, pois a acusação do dia 15 de junho foi esclarecida que não se tratou de nenhum ato político”, alegou vieira.

Condenações na Justiça

Em 2005, Rodrigo Luiz Parreira teria sido condenado pela Justiça de Goiás por ter cometido um roubo. Naquela ocasião, ele foi beneficiado pelo chamado “regime semiaberto harmonizado”, que permite ao apenado ir para casa à noite, em vez de dormir no presídio.

Já em 2020, o Judiciário mineiro o condenou por um crime de estelionato ocorrido em 2015, quando Rodrigo Luiz e outras cinco pessoas foram acusados de terem feito uma falsa denunciação de crime em relação a um suposto desvio de carga transportada por um caminhão. Ele também teria usado tornozeleira eletrônica durante um período de meses nesse mesmo ano.