Jair Bolsonaro (PL) continua escolhendo a dedo as pessoas para ocuparem os cargos estratégicos, próximos da presidência. Ele já escolheu o substituto de Walter Braga Netto (PL), que deixou, nesta sexta-feira (1), a função de Assessor Especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República. O general aposentado será vice na chapa de Bolsonaro e um dos coordenadores da campanha.
Para a vaga do militar fica José Vicente Santini, ex-secretário Nacional de Justiça e amigo pessoal dos filhos de Bolsonaro.
Em janeiro de 2020, ele foi exonerado do cargo de secretário-adjunto da Casa Civil depois de ter usado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) não comercial, para acompanhar a comitiva presidencial em viagem oficial à Índia.
Após deixar o cargo, Braga Netto afirmou, durante encontro com empresários da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, que, se não for feita a auditoria dos votos defendida pelo presidente, “não tem eleição”.
A fala, que ocorreu dois dias antes de ele ser oficializado vice, causou constrangimento na plateia de 40 empresários selecionados a dedo para um encontro que tinha como objetivo a apresentação de pleitos do Rio ao “assessor especial da presidência da República”.
Braga Netto estava acompanhado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pré-candidato a deputado federal pelo PL.
General fez a mesma ameaça ao presidente da Câmara
Reportagem do Estado de S. Paulo de julho de 2021 relatou que Braga Netto teria feito a mesma ameaça ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio de emissários.
À época, tanto Lira quanto o general da reserva foram cobrados pelo então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, pela suposta declaração. Ambos negaram que o diálogo tenha ocorrido, e o jornal reiterou o teor da reportagem.