ELEIÇÕES 2022

Ex-ministro de Temer, Aloysio Nunes faz dobradinha com Alckmin em conversa com militares sobre Lula

Apesar das ameaças de rupturas com o sistema democrático, as Forças Armadas afirmam que não vão apoiar nenhuma aventura golpista

Ex-ministro de Temer, Aloysio Nunes faz dobradinha com Alckmin em conversa com militares sobre Lula.
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O ex-governador de São Paulo e pré-candidato a vice na chapa presidencial de Lula (PT), Geraldo Alckmin, foi escalado para abrir diálogo com os militares. Além de Alckmin, os ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Jaques Wagner (PT-BA), hoje senador, e Celso Amorim, também integram a equipe que vai estabelecer conversas com setores do Exército. A pauta principal é o momento pós-eleição. 

A equipe do ex-presidente Lula tem sondado a cúpula do Exército para saber se, caso o petista seja eleito, conseguirá tomar posse. Como resposta, as Forças Armadas afirmam que nenhuma iniciativa fora da democracia terá apoio dos militares. 

A figura de Geraldo Alckmin é central nesta ponte com os militares, pois, com mais de uma década à frente do governo do estado de São Paulo, o ex-tucano possui boas relações com a Polícia Militar e também com generais. 

Outra figura que está no grupo que tem dialogado com os militares é o ex-ministro das Relações Exteriores do governo Temer (2016-2018) Aloysio Nunes Ferreira, que recentemente declarou apoio à candidatura de Lula. 

Nunes declarou ao Estadão que, caso Lula volte a ocupar o Palácio do Planalto, não haverá conflito com os militares. "Ele prestigiou muito as Forças Armadas, a estratégia nacional de Defesa, o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), teve bons comandantes. Não acredito que tenha maiores problemas", disse Nunes. 

 

Militares no governo Bolsonaro 

 

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a presença de representantes das Forças Armadas na administração federal saltou de 370 em 2013 para 1.085 em 2021. 

Somente na gestão Bolsonaro, o aumento da presença militar na esfera federal foi de 70%. Mas, na avaliação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, as Forças Armadas não são, necessariamente, bolsonaristas.