Com o país arruinado economicamente e a população atravessando uma crise sem precedentes, o governo de Jair Bolsonaro gastou R$ 395 milhões que “sobraram” do extinto programa Bolsa Família com militares. Desse montante, R$ 34 milhões foram usados para comprar lançadores de foguetes do modelo Astros, fabricado pela empresa bélica Avibras.
A farra com os valores já tinha sido flagrada há alguns meses, quando o Planalto destinou R$ 90 milhões para compra de tratores que foram repassados apenas para aliados do governo. No caso das forças armadas, a maior parte dos valores (R$ 130 milhões) serviu para pagar suprimentos e manutenção de instrumentos aeronáuticos, enquanto outros R$ 54 milhões custearam combustível e lubrificantes da aviação militar.
O Sistema de Aviação do Exército ficou com R$ 45,6 milhões, ao passo que os gastos com deslocamento de militares e com auxílio-moradia de altos oficiais também foram pagos com as “sobras” do programa que dava uma pequena renda para brasileiros pobres, ao custo de R$ 29 milhões.
Metade de tudo que deveria ter sido pago no Bolsa Família e que ficou sem destino por conta da substituição do programa pelo Auxílio Brasil foi usado nos pagamentos do Auxílio Emergencial. O diferença no custo total da verba destinada a esses programas ocorreu porque muitos beneficiários ficaram de fora dos mecanismos assistenciais por razões burocráticas, sobretudo em decorrência de problemas na plataforma digital que cadastrou os contemplados na mudança do programa.
O Ministério da Economia se defendeu diante da gastança sem necessidade que deixou de dar aos mais pobres para “alimentar” a máquina militar, dizendo que o uso do dinheiro remanescente foi autorizado pela Junta de Execução Orçamentária (JEO) e que esse valor foi equivalente a menos de 4% do total que sobrou do Bolsa Família.?