Apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos principais suspeitos de integrar o esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC), na gestão de Milton Ribeiro, o pastor e lobista Arilton Moura fez um telefonema ameaçador para sua equipe de defesa, depois de ter sido levado preso à sede da PF no Pará, na quarta-feira (22).
Minutos antes de ser encaminhado à carceragem, Arilton afirmou que iria “destruir todo mundo”, caso as investigações atingissem sua família.
Em telefonema com seus assessores, o pastor pediu para tranquilizar sua esposa.
“Eu preciso que você ligue para a minha esposa... acalme minha esposa... porque se der qualquer problema com a minha menininha, eu vou destruir todo mundo”, disse na ligação, dando a entender que sabe de muitos fatos que podem atingir diretamente figuras do alto escalão do governo de Jair Bolsonaro (PL).
A interlocutora respondeu que já havia conversado com sua família a respeito do problema, de acordo com reportagem de Aguirre Talento, em O Globo.
PF rastreou transferência bancária ao genro do pastor
Arilton Moura é acusado de intermediar contatos de prefeituras com o MEC em troca de propina. A PF chegou a rastrear uma transferência bancária feita ao genro do pastor, Helder Bartolomeu, no valor de R$ 30 mil, que seria propina por sua atuação para abrir portas no MEC.
Bartolomeu foi uma das pessoas que foram presas na quarta-feira. Porém, todos foram soltos no dia seguinte, por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Além disso, a PF identificou outra transferência como indício de pagamento de propina para a filha do pastor, Victoria Bartolomeu, casada com Helder. Ela fez um depósito de R$ 60 mil para a esposa de Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, que seria referente à compra de um carro.