O vereador de Curitiba (PR), Renato Freitas (PT), vive a expectativa de conseguir reverter a cassação do seu mandado. Ele está otimista, apesar da derrota em primeira votação.
“Reafirmo minha confiança no sistema judiciário que, certamente, reconhecerá a flagrante ilegalidade desse processo, que é viciado pela perseguição política e pelo racismo”, declarou.
O parlamentar teve seu mandato cassado em primeira votação, na terça-feira (21), pela Câmara Municipal de Curitiba. Dos 34 parlamentares aptos a votarem, 25 optaram pela retirada do mandato de Freitas (eram necessários 20), sete foram contrários e houve duas abstenções.
A votação em segundo turno está marcada para às 15h40 desta quarta-feira (22).
“Tudo isso foi gerado pela manifestação feita por nós, pretos, em uma igreja conhecida por ser a Igreja dos Pretos, construída por pessoas pretas escravizadas para que elas pudessem professar a sua fé. Manifestação que foi realizada por conta do assassinato brutal de Moïse e Durval no Rio de Janeiro”, relembrou Freitas.
“Agradeço todas as mensagens de apoio que estou recebendo. Agradeço, também, às vereadoras e vereadores que evidenciaram as irregularidades cometidas pelo presidente da Casa, Tico Kuzma, na sessão ilegal realizada nesta terça-feira”, acrescentou.
Kakay diz que cassação em 1ª votação é herança trágica deste governo fascista
O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, embora não seja um dos advogados que atuam diretamente na defesa de Freitas, foi chamado para auxiliar, com o objetivo de “fazer essa discussão sair um pouco de Curitiba, pois sabíamos que seria uma discussão de carta marcada”, afirmou.
“Ainda temos uma grande briga jurídica pela frente. O problema maior em apontar o racismo como a causa de fundo da cassação do Renato é que boa parte dos vereadores brancos e supremacistas de Curitiba entendem a acusação como elogio e propaganda política. Esta é uma herança trágica deste governo fascista. Mas são racistas e incompetentes, vamos ainda acreditar no Judiciário”, ressaltou Kakay.