Durante o lançamento das diretrizes que servirão de base para o programa de governo de Lula (PT), um bolsonarista identificado como Caíque Mafra, que é pré-candidato a deputado estadual pelo Republicanos, invadiu o local da reunião e, aos berros, chegou muito próximo de Lula. Mafra fez ataques ao pré-candidato petista e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Os guarda-costas agiram rapidamente. Alguns detiveram o possível agressor, enquanto outros se aproximaram por trás do ex-presidente para protegê-lo. O homem foi rapidamente retirado do local e depois conduzido a uma delegacia de polícia para registro da ocorrência.
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Porém, essa não foi a única de cena de ameaças já registrada na pré-campanha de Lula. Um outro episódio em que os guarda-costas e espiões digitais do entourage do petista precisaram agir foi durante sua agenda em Juiz de Fora (MG), dia 12 de maio. Possíveis atentados e distúrbios foram detectados no curso da visita e a reunião do político de esquerda com autoridades da região foi transferida de endereço subitamente, sem causar alardes.
À Fórum, fontes ligadas ao alto escalão da campanha de Lula afirmaram que não comentam protocolos de segurança, mas destacaram que eles são revistos e aperfeiçoados constantemente.
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A tática bolsonarista de tumultuar eventos da pré-campanha de Lula já havia sido identificada pela reportagem da Fórum durante lançamento do livro "Querido Lula", que reúne cartas que o ex-presidente recebeu na prisão. Durante o evento houve tensão entre militantes bolsonaristas e petistas.
Bolsonaristas tumultuam evento com Lula na PUC-SP e revelam tática eleitoral
Como o TUCA estava completamente lotado, um telão foi montado na faixada do teatro, que possui um jardim com amplo espaço, para que as pessoas pudessem acompanhar a leitura das cartas que foi realizada por Erika Hilton, Zélia Duncan, Camila Pitanga, Fernando Haddad e outras personalidades.
Porém, o que era para ser pura emoção com as leituras dramáticas, quase terminou em confusão e pancadaria, pois, um grupo de apoiadores do presidente Bolsonaro apareceu no evento e começou a provocar as pessoas que estavam no local.
Modus operandi conhecido
Uma das estratégias utilizadas era semelhante à de Arthur do Val, o Mamãe Falei, que se fingia de jornalista para depois debochar dos entrevistados com vídeos editados. Um dos rapazes do grupo se fazia de entrevistador e, a partir daí começou a interpelar os presentes com perguntas do tipo "você considera Lula inocente?", "você é favor do socialismo" e outras questões risíveis.
Em determinado momento, o grupo começou a hostilizar um grupo de mulheres que estavam presentes, uma discussão teve início, mas logo foi apartada por outros presentes. Posteriormente, o grupo "enquadrou" alguns homens idosos que carregavam bandeiras do Lula e do PT, novo momento de tensão que quase resultou em agressão física.
Além da tentativa de intimidação em campo, motoqueiros ficaram dando voltas no quarteirão, xingando e ameaçando os presentes aos gritos de "Bolsonaro, presidente". Ao longo de todo o evento, um grupo com cerca de 20 bolsonaristas ficaram parados na rua de frente para o TUCA e xingando as pessoas que acompanhavam o lançamento.
O objetivo do grupo era simples: provocar e conseguir gerar uma pancadaria generalizada. Porém, como a estratégia não é mais inédita, os participantes do evento passaram a ignorar as provocações e acompanhar a leitura das cartas ao presidente Lula. Também pediram aos mais exaltados para que não entrassem na provocação dos bolsonaristas. O pior não aconteceu, mas deixa o sinal de como será o clima da eleição 2022 e qual deve ser a estratégia dos grupos bolsonaristas ao longo do pleito deste ano.