GOLPISTAS NATOS

Moro faz dupla com Janaína Paschoal para defender condenada por golpe na Bolívia

Ex-juiz e deputada, que contribuíram para o golpe no Brasil, se solidarizam com Jeanine Añez, condenada a 10 anos de prisão. Moro disse que golpista é "presa política". Cúpula militar também vai á cadeia.

Janaína Paschoal e Sergio Moro.Créditos: Divulgação / Lula Marques
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Sergio Moro (União) fez dobradinha com a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) e saiu em defesa de Jeanine Añez, senadora que se autoproclamou presidenta após o golpe contra Evo Morales em 2019 e foi condenada pelo Tribunal Anticorrupção da Bolívia a 10 anos de prisão.

Contestando a Justiça do país vizinho, o ex-juiz, que foi considerado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU na condenação de Lula, chamou Añez de "presa política nessa nova América Latina".

"Jeanine Áñez assumiu a Presidência em virtude da renúncia de Evo Morales. Foi presa e condenada com a volta do regime bolivariano, ainda que sob outro presidente. É uma presa política nessa nova América Latina. Também estou surpreso com o silêncio de muitos", escreveu.

A publicação de Moro foi feita em cima de um tuite em que Janaína Paschoal chama Evo Morales de "ditador" e tenta reeditar a história ao dizer que Añez cumpriu a Constituição em razão da fuga do presidente alvo do golpe.

"Solidariedade a Jeanine Ánez, que cumpriu a Constituição de seu país, assumindo a Presidência em razão da fuga do ditador. Condenada a 10 anos de prisão por nada! O silêncio das feministas é sepulcral. O mesmo silêncio dos humanistas frente às prisões de jovens na Tumba".

Além de Añez, tribunal condenou a 10 anos de prisão o ex-comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, e o ex-comandante-geral da Polícia, Vladimir Calderón, também foram condenados com a mesma pena. 

Outros quatro militares da cúpula das Forças Armadas do país receberam penas menores, mas foram responsabilizados pelo golpe: o também ex-comandante das Forças, Jorge Elmer Fernandez (4 anos); o chefe do 3º Departamento das Forças Armadas, Sergio Orellana Centellas (4 anos); o ex-comandante do Exército, Pastor Mendieta (3 anos); e o ex-chefe do Estado Maior, Flavio Gustavo Arce (2 anos).