Em meio à tragédia das chuvas que já deixou ao menos 84 mortos em Pernambuco, Jair Bolsonaro (PL) transformou a entrevista coletiva em Recife na manhã desta segunda-feira (30) em palanque político e atacou o governador do Estado, Paulo Câmara, do PSB, partido de Geraldo Alckmin, vice de Lula (PT) na disputa presidencial.
Em busca de votos no Nordeste, Bolsonaro levou diversos ministros ao Estado em ato não previsto na agenda e sem avisar o governo estadual, que já disse ter tido dificuldades para obter ajuda da União.
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Durante a entrevista coletiva, o presidente ignorou a relação com as autoridades pernambucanas, enfatizando o trabalho das Forças Armadas e reagiu com irritação quando uma jornalista disse que Câmara não sabia da vinda da comitiva presidencial ao Estado e não havia sido convidado para quaisquer diálogos.
"Em todos os momentos que os governadores nos procuraram ou prefeitos nós atendemos. Então, acho que faltou iniciativa da parte dele também. Aqui ninguém está proibido de comparecer nesse local, nesse momento. Foi amplamente divulgada pela mídia nossa presença aqui. Isso tudo aconteceu sábado e domingo. Se o governador estava fazendo outra coisa, eu não sei", iniciou Bolsonaro, sinalizando que não houve contato oficial com Paulo Câmara.
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Em seguida, o presidente teve um ataque de fúria, acusando o governador de transformar a tragédia da chuva em ato político.
"O momento não é de fazer política. Ele tem o candidato dele - quem vai decidir é a população. Agora, em um momento de crise você vai atrás, para ajudar. Não fica esperando ser chamado dentro de casa", bradou Bolsonaro, arrancando aplausos dos apoiadores.
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