ELEIÇÕES 2022

Movimentos sociais divulgam plano de comunicação pró-Lula e combate às fake news

O ex-presidente se encontra com representantes de movimentos populares nesta sexta-feira, (27). Ele receberá do grupo o documento assinado por mais de 60 entidades com propostas para superação da crise e reconstrução do Brasil

Lula em ato no ExpominasCréditos: Ricardo Stuckert
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Integrantes da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, se reuniram na última semana para discutir o planejamento de ações de comunicação, a formação dos Comitês Populares para a campanha do ex-presidente Lula (PT) e o combate às fake news. O encontro aconteceu na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema, no interior de São Paulo.

Desse encontro, 100  organizações, como partidos (PT, PCdoB e PSOL), movimentos populares (MST e MTST), centrais sindicais (CUT, CTB e Intersindical), entidades estudantis (UNE), organizações de comunicação e cultura lançaram uma carta proposta, batizada de "Carta de Guararema".

O deputado federal e coordenador de comunicação da campanha de Lula, Rui Falcão (PT-SP) enfatizou que a campanha de Lula terá entre os seus objetivos, despertar esperança de que o povo brasileiro vai superar essa triste página de sua história. “Vamos falar dos problemas que o Brasil enfrenta, sobre a questão econômica e como podemos voltar a ser uma grande Nação com desenvolvimento, emprego, renda, educação e cultura".

A carta produzida pelos setores de comunicação dos movimentos sociais elenca uma série de compromissos importantes para garantir a vitória de Lula. 

"Esse propósito (eleger Lula) só logrará êxito se estivermos alertas para combater e neutralizar a engrenagem de desinformação , mentiras e fake news a serviço de Bolsonaro. Vamos, portanto, nos dedicar a construção de uma imensa rede de militantes e ativistas capazes de emocionar o povo com narrativas feitas daquela matéria-prima delicada que é a esperança em uma vida plena, digna, protegida por direitos. Narrativas verazes, alicerçadas na experiência viva de nosso povo", reforça.

A carta também aponta a importância da aproximação  com as pessoas mais vulneráveis e que mais sofreram com as políticas neoliberais do governo Bolsonaro. 

"A comunicação mais eficaz é aquela disposta ao diálogo, à escuta, ao acolhimento das angústias e sofrimentos do povo diante da desgraça patrocinada pelo fascismo e consubstanciada de maneira atroz nos 27,4 milhões de brasileiras e brasileiros que nos ´últimos 6 anos foram condenados a viver em situação de pobreza extrema, ou nos 665 mil mortos pela Covid-19".

Outro ponto destacado diz respeito a "organização de base calçada em ideias e ações reais da comunidade". "Não é casual que as palavras “comunicação” e “comunidade” tenham a mesma raiz: o que é “comum”, partilhado por pessoas com os mesmos interesses".

O documento sugere que os apoiadores de Lula também podem contribuir com as redes de comunicação. 

"O que emergirá das ruas e das redes, com esses comunicadores falando com distintos sotaques, usando diferentes gírias, fotografando com o celular que se tem à mão, registrando a resistência e a luta popular e divulgando pelas nossas redes, será  muito mais potente e verdadeiro do que a farsa apresentada todos os dias pela mídia corporativa".

Por fim, a carta chama a atenção para a falta de conectividade em muitos lares brasileiros e propõe a ocupação dos outros meios de comunicação como rádio, TV e jornais populares. 

"Em um país onde 33 milhões de pessoas não têm ainda acesso à internet, também  é urgente a ocupação dos mais diversos espaços de comunicação.  Pelas ondas do rádio, da TV, nas páginas dos jornais populares, fanzines, cordéis, nos muros pintados, nos cartazes, nas imagens produzidas e em tudo o mais que possamos vir a inventar, junto de nossas comunidades e coletivos, em todas essas linguagens a nossa mensagem devera´ estar presente.

 

Comitês Populares

 

Os Comitês Populares de Luta foram idealizados em fevereiro deste ano pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em conjunto com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais para mobilizar todas as pessoas que estejam dispostas a contribuir para melhorar a vida do povo brasileiro.

Com cerca de 3 mil Comitês já cadastrados, eles formam hoje um  instrumento de luta para fortalecer a mobilização popular no Brasil.

O diretor do Instituto Lula, Paulo Okamotto enfatizou a importância dos Comitês Populares como uma ferramenta para discutir política com o amigo, com a vizinhança, no local de trabalho ou estudo. 

“No processo eleitoral, pode haver muitas mentiras. E nós vamos ter que ter muita gente contando a verdade, contrapondo essas mentiras. E vão ter muitas pessoas falando sobre o ódio. E para combater o ódio, nós temos que falar sobre o amor, sobre tranquilidade, sobre solidariedade, sobre a harmonia, sobre a família”, defendeu. 

Segundo ele, a juventude também é um foco central na formação dos Comitês. Os milhares de jovens que deram o primeiro passo se cadastrando para votar agora precisam dar o segundo, que é, para Okamotto, discutir e defender o Brasil que eles querem.

“Nós queremos convidá-los a ingressar nos Comitês Populares de Luta, a montar grupo de Whatsapp para falar as vossas verdades. Chamar a atenção dessa juventude para ajudar outras pessoas que não têm tanta familiaridade com as redes sociais, para ajudar a desmanchar as mentiras que se conta.” 

Atualmente, os Comitês cadastrados estão próximos a 3 mil.  A meta é chegar a 5 mil Comitês Populares ou mais.

 

Encontro com Lula

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra com representantes de movimentos populares nesta sexta-feira, (27)  às 17h, na Casa de Portugal, em São Paulo.  

O ex-presidente receberá do grupo manifestação de apoio e um documento assinado por mais de 60 entidades com propostas para superação da crise e reconstrução do Brasil.

O encontro será transmitido pelas redes sociais do ex-presidente.