O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) foi às redes sociais, nesta terça-feira (17), para defender que Ciro Gomes (PDT) permaneça na disputa à presidência. O comentário do parlamentar vem em meio a apelos de parte da militância petista para que o ex-governador do Ceará desista de sua candidatura, já que pesquisas têm apontado que, sem Ciro, Lula (PT) tem chances de liquidar o pleito já no primeiro turno.
"Inconveniente é ter que defender a candidatura do Siro, mas eu defendo. Ainda que ele não tenha chance de sucesso, ele é capaz de tirar votos do genocida, coisa que para os candidatos comprometidos com as causas populares é mais difícil. Para nós, é importante tê-lo na disputa", escreveu Tatto.
Em coluna publicada nesta terça, a jornalista Andreia Sadi, do portal G1, informa que lideranças petistas têm conversado com políticos do PDT para eles convençam Ciro a desistir da disputa presidencial. Parte dos integrantes do PDT, de acordo com a colunista, confirmam essas conversas, mas afirmam que essa decisão cabe ao próprio pré-candidato.
Gregório Duvivier pede para eleitores de Ciro votarem Lula
Gregório Duvivier vem sendo acusado por apoiadores de Ciro Gomes (PDT) de fazer "terrorismo eleitoral". Isso porque o ator e humorista, no novo episódio de seu programa Greg News, defendeu que eleitores do pedetista votem em Lula (PT) já no primeiro turno das eleições para garantir a derrota de Jair Bolsonaro (PL).
"Infelizmente, Ciro disse que não tem conversa. Mas o cirista tem a chave para salvar o Brasil dessa tragédia (...) O plano de vocês sempre foi tirar o Bolsonaro do segundo turno, mas a essa altura está ficando claro que só há uma maneira de tirar o Bolsonaro do segundo turno: fazer Lula ganhar no primeiro", declara Duvivier.
"Cirista, você provavelmente não vai eleger uma rosa, mas você pode contribuir pra chegada da primavera", diz ainda, fazendo referência à frase proferida por Lula para sua militância pouco antes de se entregar à prisão, em 2018.
Após a divulgação do vídeo, Duvivier foi acusado por ciristas de "terrorismo eleitoral". Através do Twitter, o humorista rebate: "Amo que agora pedir pra um eleitor votar em outro candidato é terrorismo eleitoral. Antigamente chamava eleições".
Ciro defende candidatura
Ciro Gomes foi às redes sociais na última semana para defender sua permanência na disputa pelo Palácio do Planalto, afirmando que vencerá no 2º turno, apesar de, até o momento, não ter atingido os dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto.
"Irei até o fim e vencerei no 2º turno. Se tivessem inteligência – e amor pelo Brasil – os que defendem o contrário saberiam que o risco maior para Lula – e para a nação – não está na minha permanência, mas numa retirada", escreveu o pedetista.
A declaração vem após a divulgação da pesquisa Genial/Quaest que aponta, se forem considerados apenas os votos válidos, que Lula (PT) pode liquidar o pleito já no primeiro turno. Nos últimos dias, se intensificou no debate político a tese da retirada da candidatura de Ciro pois, assim, uma vitória do ex-presidente no primeiro turno seria ainda mais certa. A Quaest, inclusive, testou cenários sem a presença do ex-ministro na disputa, e em todos Lula foi beneficiado.
"Sem a minha candidatura, a polarização aumentaria em um momento em que Lula estagnou e Bolsonaro se sustenta. Porque a resiliência do genocida é menos ilógica do que aparenta. Ela está fortemente ancorada no antipetismo", prosseguiu o pré-candidato do PDT.
Segundo Ciro, que na nova pesquisa Quaest registrou 7% das intenções de voto, "só há uma remota saída para o lulismo: mudar o eixo da campanha, fazer autocrítica e não insistir em falsas soluções".
"Para mim, há um caminho sem limites de crescimento porque tenho programa, tenho passado limpo e uma infatigável disposição para a luta", argumenta.
Metade dos eleitores de Ciro dizem que podem mudar de voto
Segundo o levantamento CNT/MDA divulgado na última semana, quase metade (49%) dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) afirmaram que podem mudar o voto. Trata-se de um dos índices mais altos de volatilidade, sendo superado apenas pelo registrado entre os eleitores de João Doria (PSDB): 65,1%. Entre os eleitores de Bolsonaro, 17,9% afirmam que podem mudar o voto, enquanto o índice entre os eleitores de Lula é de 21,9%.
O petista e o atual presidente possuem, ainda, os maiores índices de definição de voto: 78,1% afirmaram que votarão em Lula com certeza, enquanto este número é de 82,1% entre os apoiadores de Bolsonaro.
O titular do Palácio do Planalto, de acordo com o estudo, no entanto, é o candidato mais rejeitado: 53,9% dos entrevistados disseram que não votarão em Bolsonaro de jeito nenhum. Com relação a Lula, este índice é de 44,1%, e com Ciro de 48,2%.