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“Ricardo Salles fez papel de advogado de bandido”, diz Alexandre Saraiva

O delegado da PF afirmou que torce para que o ex-ministro e o presidente do Ibama o processem: “Tenho dois carrinhos de supermercado e um quarto cheio de provas”

Alexandre Saraiva já denunciou aparelhamento na PF.Créditos: Reprodução/TV Cultura
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Em entrevista ao Programão da Fórum, comandado por Cynara Menezes, nesta sexta-feira (13), o delegado da Polícia Federal (PF), Alexandre Saraiva, desafiou o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim.

“Eu não abri o inquérito contra o Ricardo Salles e, sim, contra a extração ilegal de madeira no Pará. Nem nos meus piores pesadelos eu ia imaginar que o ministro do Meio Ambiente ia sair de Brasília para fazer papel de advogado de bandido”, declarou.

“Eu torço para ele me processar. Mas ele não faz isso porque não é otário. Eu tenho dois carrinhos de supermercado de provas contra ele. Ele que ouse me processar. Salles não ajudava madeireiros de graça”, acrescentou.

Em relação a Eduardo Bim, Saraiva também foi contundente: “O presidente do Ibama é um bandido, criminoso, marginal da pior espécie, mafioso. Me processe, por favor. No direito de defesa eu posso usar qualquer prova e eu tenho um quarto cheio de provas. Eles não me processam”.

Saraiva, que é pré-candidato a deputado federal pelo PSB do Rio de Janeiro, foi responsável por desbaratar um esquema envolvendo a maior apreensão de madeira ilegal da história do país, envolvendo, inclusive, Ricardo Salles.

Após abrir uma notícia-crime contra o então titular do ministério, o delegado, que atuou cerca de uma década na Amazônia, foi exonerado, em abril de 2021, e transferido para Volta Redonda (RJ). Porém, como ele mesmo disse, “vou voltar. Não desisto nunca”.

Alexandre Saraiva elogiou o trabalho da PF nos governos do PT

Saraiva, defendeu o trabalho da PF durante os governos petistas e elogiou a atuação da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Em contrapartida, fez uma avaliação nada positiva da situação atual: “Nunca vi o Ministério Público e a Polícia Federal desse jeito”.

O delegado analisou as dificuldades impostas pelo atual governo em relação aos cuidados com a Floresta Amazônica e fez um alerta: “A destruição da Amazônia não é coisa de amador. Isso é coisa de organização criminosa. Esse é um negócio bilionário”, ressaltou.

Assista à íntegra da entrevista: