FORÇAS ARMADAS

Exército nega apoio ao Senado para diligência em território Yanomami

Em audiência pública em Boa Vista, grupo de nove parlamentares vê indícios de que o PCC e grupos criminosos estejam promovendo a violência em busca de ouro em terras indígenas.

Audiência pública da comitiva sobre violência aos povos indígenas.Créditos: Divulgação
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Em ofício assinado pelo general de divisão Francisco Humberto Montenegro Júnior nesta quarta-feira (11), o Exército negou apoio logístico à Comissão de Direitos do Senado, presidida por Humberto Costa (PT-PE), para visita ao território indígena Yanomami, que vem sendo alvo de ataques de garimpeiros. 

Um grupo de nove parlamentares chegou a Boa Vista, em Roraima, nesta quarta-feira (11) para diligências sobre a violência contra os povos indígenas na região amazônica.  

Na programação, que incluiu uma audiência pública nesta quarta e prossegue até esta sexta-feira (12), a comissão aguardava um posicionamento do Exército para realizar a diligência in loco na comunidade Palimiú, Terra Indígena Yanomami, em Roraima, foi epicentro de conflitos, onde o crime organizado é suspeito de operar.

Na resposta, o general diz que "não será possível prestar o apoio, tendo em vista a restrição dos meios aéreos disponíveis na região amazônica" e pede que a solicitação seja feita ao Ministério da Defesa.

PCC

Na audiência pública realizada nesta quarta, Humberto Costa afirmou que há indícios de que grupos como o Primeiro Comando da Capital, o PCC, esteja operando em garimpos ilegais em busca de ouro, promovendo uma onda de violência contra os povos indígenas, especialmente os Yanomami.

"Tudo isso só está acontecendo porque há um governo e um presidente da República que têm uma postura de não cumprir a Constituição, especialmente no que diz respeito aos indígenas", afirmou o senador, ao lado de outros parlamentares, como a deputada Joênia Wapichana (Rede-RR) e as senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Leila Barros (PDT-DF).

A audiência com indígenas e indigenistas, realizada na Procuradoria Regional da República, ocorreu a portas fechadas para preservar a segurança dos participantes.

Humberto criticou o decreto do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que liberou o garimpo em terras protegidas por lei.

O senador pediu uma força-tarefa de órgãos públicos, envolvendo até mesmo as agências reguladoras, para impedir que garimpeiros ilegais viabilizem a ampla estrutura de que precisam para as atividades de exploração, como combustível e aeronaves.

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