POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Soninha Francine quer campings para moradores em situação de rua de São Paulo

Ideia não é nova e já gerou polêmicas; moradias improvisadas cresceram 230% na cidade nos dois últimos anos

Soninha Francine.Créditos: Redes Sociais
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Soninha Francine, a nova secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, pretende criar campings para acomodar moradores em situação de rua. O projeto, que tem sido estudado pela ex-vereadora há algum tempo, já foi envolvido em polêmica.

"Não é uma novidade, não é uma ideia atrevida da minha cabeça, é uma demanda que vem de diversos movimentos da população em situação de rua. É mais um modelo de acolhimento emergencial, não é substituição. Também temos a visão a médio prazo de substituir os albergues gigantes por repúblicas. A população de rua tem características diferentes. Onde a pessoa vai parar a carroça dela? Precisamos pensar em tudo isso", disse Francine ao Estadão.

Os tais campings que a secretária imagina se espalhariam pela cidade e teriam cerca de 30 barracas, cada um deles com banheiro, chuveiro, local adequado para lavar roupa e também para fazer refeições e conforto térmico para o inverno paulistano.

A proposta de camping para moradores em situação de rua chegou a ser debatida em 2017, na gestão do então prefeito João Doria (PSDB), mas foi logo recusada. Com Bruno Covas voltou a ser analisada, mas contou com fortes críticas de que era uma "institucionalização da miséria". Agora, Soninha espera que o tema seja apreciado pelo atual prefeito.

Crescimento de 230%

O último Censo da População em Situação de Rua, divulgado em janeiro, em dois anos a capital paulista registrou aumento de 230% dessas moradias improvisadas instaladas em vias públicas. Em 2019, eram 2.051 pontos do tipo. Em 2021, 6.778.

Entre 2019 e 2021, saltou de 24.344 para 31.884 o número de pessoas em situação de rua na capital paulista, um aumento de 31%, diz o levantamento. Na pandemia, também houve uma mudança de perfil dos sem-teto. Se antes era mais comum se deparar pelas calçadas com homens solteiros, em geral usuários de álcool e drogas, hoje não é raro ver famílias, muitas despejadas de suas casas pela crise econômica. Segundo o censo, quase dobrou a quantidade de famílias que foram para as ruas neste período: de 4.868, em 2019, para 8.927 pessoas, em 2021.

Com informações do Estadão e do Globo