CONSELHO DE ÉTICA

Alesp aceita representação contra Coronel Telhada por ameaças a Lula

Deputado bolsonarista e ex-comandante da Rota utilizou arma dentro da Assembleia Legislativa para ameaçar de morte o ex-presidente

Coronel Telhada sob investigação.Créditos: Divulgação/Alesp
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Por seis votos a cinco, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aceitou, nesta terça-feira (10), representação da bancada do PT contra o deputado bolsonarista Coronel Telhada (PP). O ex-comandante da Rota ameaçou o ex-presidente Lula (PT), usando uma arma dentro da assembleia.

Na noite de 5 de abril, Telhada postou um vídeo, dentro das dependências da assembleia, em que faz intimidações explícitas ao petista e ao que chamou de "seu bando". 

Presidente do Conselho de Direitos Humanos da Alesp, o deputado Emidio de Souza (PT) celebrou o acolhimento da representação.

“Coronel Telhada vai responder pela quebra de decoro pela ameaça que fez ao presidente Lula. O Conselho de Ética acolheu a nossa representação. Esse é um importante passo do Parlamento Paulista que mostra que armas jamais devem ser inseridas no debate político”, afirmou, via Twitter.

"Lula, vai lá em casa incomodar minha mulher, meus filhos, meus netos. Estou te esperando lá, você e todo seu bando. Pode vir quente que a gente tá fervendo", disparou o deputado Telhada, enquanto mostrava uma pistola presa à cintura

As ameaças a Lula vieram como reação a uma fala do ex-presidente em encontro com sindicalistas, na qual sugere que as pessoas façam manifestações na frente das casas de deputados ao invés de "gastar uma fortuna para ir a Brasília". 

"O que Lula quis dizer é que fazer manifestações nos estados, às vezes, é mais eficiente, como fizemos na PEC 32, do que manifestações só em Brasília. E Lula falou em manifestações pacíficas, e não essas atitudes dele beligerantes e de ameaças", explicou o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).

Conselho de Ética arquiva ação contra Delegado Olim por declaração misógina sobre Isa Penna

Em contrapartida, o mesmo Conselho de Ética da Alesp rejeitou, por seis votos a quatro, representação que pedia a cassação do mandato do deputado estadual Delegado Olim (PP) por quebra de decoro parlamentar.

A ação foi aberta depois que Olim declarou que a também deputada Isa Penna (PCdoB) teve “sorte” e seria reeleita graças ao assédio sexual que sofreu por parte do deputado Fernando Cury (União Brasil) durante uma sessão legislativa em 2020.