Em entrevista à rádio Jangadeiro Bandnews de Fortaleza (CE), nesta quinta-feira (7), o ex-presidente Lula (PT) reforçou a orientação que deu a sindicalistas de se dirigirem até as casas de deputados para cobrá-los. A sugestão havia sido feita dias antes e gerou uma revolta generalizada de bolsonaristas, entre eles deputados, que ameaçaram o petista de morte, inclusive mostrando armas de fogo.
O argumento de deputados bolsonaristas para ameaçar Lula de morte é de que ele teria convocado a militância para intimidar seus familiares, e por isso estariam no direito de agir "em legítima defesa".
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O ex-mandatário, no entanto, esclareceu que, na sugestão que deu a sindicalistas, falou sobre "conversar civilizadamente", e que isso é algo normal.
"Fui presidente da República por 8 anos. Muitas vezes eu chegava no Palácio da Alvorada e tinha gente na porta, e eu parava para conversar. No meu apartamento em São Bernardo do Campo, todo final de semana que eu ia a São Paulo, tinha gente na porta do prédio", exemplificou Lula.
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"Ao invés de me agradecer... Deputado que na campanha diz que ama o povo, sai de carro aberto, toma cachacinha. Por que depois de eleito o povo passa a ser estorvo? (...) Qual o mal nisso? Ou será que o deputado quer morar escondido?", questionou ainda.
Assista a partir dos 23 minutos e 38 segundos do vídeo abaixo
O que disse Lula
A sequência de ameaças a Lula veio como reação a uma fala recente do ex-presidente em encontro com sindicalistas, na qual sugere que as pessoas façam manifestações na frente das casas de deputados ao invés de "gastar uma fortuna para ir a Brasília".
"O que Lula quis dizer é que fazer manifestações nos estados, às vezes, é mais eficiente, como fizemos na PEC 32, do que manifestações só em Brasília. E Lula falou em manifestações pacíficas, e não essas atitudes dele beligerantes e de ameaças", explicou o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).
A frase completa de Lula que vem motivando as ameaças de morte é a seguinte: "O deputado tem casa. Então se a gente, ao invés de tentar alugar um ônibus, gastar uma fortuna, para vir para Brasília, que às vezes não resulta em nada, se a gente pegasse, mapeasse o endereço de cada deputado e fosse 50 pessoas para a casa desse deputado. Não é para xingar, não, é para conversar com ele, conversar com a mulher dele, conversar com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele. Eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer manifestação em Brasília”.