A medida que o processo eleitoral avança e as pesquisas mostram uma possível vitória de Lula (PT), o PT vem sendo procurado por agentes do sistema financeiro para revelar o norte da política econômica a ser adotada em um eventual novo governo.
Antes de se recusar a participar de um evento com o mercado financeiro em fevereiro, Lula se reuniu com o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual. O banco foi fundado, entre outros, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
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Segundo informações de Bela Megale, no jornal O Globo, o encontro aconteceu no fim do ano passado na casa do ex-ministro da Defesa de Dilma Rousseff (PT), Nelson Jobim, que preside o Conselho de Administração do BTG.
Na noite desta segunda-feira (4) foi a vez da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, participar de um encontro com cerca de 20 pessoas ligadas ao sistema financeiro da Faria Lima, na capital paulista.
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Para vencer resistências dos chamados donos do PIB, que reúne empresários e banqueiros, Gleisi levou o economista Gabriel Galípolo, que presidiu o Banco Fator de 2017 a 2021.
Ex-sócio de Luiz Gonzaga Belluzzo em uma consultoria, o jovem economista tem sido colocado como trunfo de Lula na relação com o mercado financeiro.
"Aqui hoje a gente tem um banqueiro que já não é mais banqueiro e que está do nosso lado nessa briga para reconstruir a democracia", disse Lula no final do ano passado no Natal dos Catadores de Recicláveis, em referênia a Galípolo.
Artigo do economista assinado com Fernando Haddad publicado na Folha na semana passada, sustenta a criação de uma moeda regional da América do Sul para dar soberania às transações econômicas na região.
Entre outras bandeiras, Galípolo defende a revisão da reforma trabalhista e o fim do teto de gastos.