Líder nas pesquisas de intenção de votos para o governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT) afirmou que o lawfare da Lava Jato contra Lula (PT) atingiu toda a classe política, como Geraldo Alckmin e Márcio França - ambos do PSB -, e resultou na eleição de um embuste.
"O lawfare (uso da Justiça para perseguir desafetos) não ficou restrito ao PT. Alckmin foi vítima, Márcio França também. Após 2018, todos os partidos foram afetados, o que resultou na eleição de um embuste, que se vende como ético, mas talvez seja o pior do sistema político. O que não significa que nem todo mundo que foi processado não deveria ter sido. Devemos ser investigados, porque as pessoas públicas precisam saber que elas escolheram essa vida e que não podem ter privacidade em relação ao seu patrimônio", disse Haddad em entrevista às páginas amarelas, da Veja, divulgada nesta sexta-feira (29).
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Buscando a formação da chapa única progressista em São Paulo, Haddad contou que a costura que resultou na filiação de Alckmin ao PSB e na indicação a vice de Lula foi feita juntamente com França, que está em segundo lugar nas pesquisas e insiste na candidatura ao governo de São Paulo.
O petista contou que começou as conversas com Alckmin visando a disputa estadual na casa de Gabriel Chalita, ex-secretário da Educação de ambos, para desenvolver estratégias para enfrentar João Doria (PSDB) e Jair Boolsonaro (PL) no Estado.
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"Um dia perguntei a ele (Alckmin), durante as discussões, por que não abrir o palanque para Lula. Começou assim. Até que uma outra pessoa disse: “Por que não o Alckmin de vice então?”. Aí, coube a mim sondar Lula e Alckmin", narrou.
"Coincidentemente, o Márcio França, que também vinha conversando com o Alckmin, sugeriu que o PSB poderia ser um caminho para viabilizar esse acordo", emendou.
Haddad então aproveitou para fazer mais um gesto à França, sobre a importância do "entendimento" tanto na esfera nacional, quanto na local.
"Desde o início, entendemos que, se essa construção desse certo, ela não poderia repercutir no plano local. PT e PSB iam ter a liberdade de fazer arranjos locais. A questão nacional tem de ter uma esfera de entendimento, e nós vamos tentar nos entender localmente".