O União Brasil tem perspectivas bastante otimistas para a possível candidatura do ex-juiz Sergio Moro à Câmara dos Deputados após ter rifado o ex-ministro da disputa presidencial.
Segundo a coluna Painel, da Folha, partido que surgiu da fusão do DEM com o PSL espera que Moro conquiste 3 milhões de votos nas eleições de outubro e se torne o parlamentar mais votado do país. O número exagerado é usado por dirigentes para tentar convencê-lo a disputar a Câmara.
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O otimismo da legenda não leva em conta a possibilidade de Moro sequer seja candidato em outubro. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) deu prosseguimento a uma ação movida pelo PT de São Paulo que questiona a mudança de domicílio eleitoral do pré-candidato.~
O TRE deu um prazo de 10 dias para o ex-juiz explicar a mudança.
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Na ação, o PT chama atenção para o fato de que, apesar da transferência de domicílio eleitoral ter ocorrido dentro do prazo, Moro não mora em São Paulo, mas sim no Paraná. Tanto é que o ex-juiz apresenta o endereço do Hotel Intercontinental como o seu domicílio paulista.
A petição apresenta uma contradição: apesar de transferido o seu endereço eleitoral para São Paulo, as atividades profissionais de Moro ocorrem no Paraná. Dessa maneira, o ex-juiz não tem laços profissionais com o estado de São Paulo, o que é exigido pela lei eleitoral.
Além de apresentar documentos que provam que a vida profissional de Moro se dá no estado do Paraná, a ação também recorreu às redes sociais do ex-juiz para revelar que ele só possui relação de afeto com o estado natal e que não há menção alguma ao estado paulista. A única menção ao estado de São Paulo é uma foto do clássico sanduíche de mortadela no Mercado Municipal, o que configura turismo.
Na mira da Procuradoria Eleitoral
Em outra frente, a mudança de domicílio eleitoral de Moro também é alvo da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP), que enviou ao Ministério Público Eleitoral (MPE) do estado uma notícia-crime sobre o fato. Ele declarou à Justiça Eleitoral mudança de domicílio para São Paulo com o objetivo de disputar o pleito eleitoral pelo estado.
A legislação eleitoral exige que, para um candidato declarar novo domicílio eleitoral, ele deve morar no local há pelo menos três meses e comprovar vínculo com o estado em questão.
A Procuradoria Eleitoral, no entanto, afirma que Moro, ao mudar o domicílio eleitoral para São Paulo sem comprovar vínculo com o estado, comete crime tipificado no código 289 do Código Eleitoral, que trata de "inscrever-se fraudulentamente eleitor”.