BOLSOLÃO DO MEC

Weintraub é convocado na Câmara para falar sobre denúncias contra Bolsonaro no FNDE

Fundo que tem aliado de Ciro Nogueira (PP) no comando é alvo de suspeitas de corrupção

Weintraub é convocado na Câmara para falar sobre denúncias contra Bolsonaro no FNDE.Créditos: Reprodução de Vídeo
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A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) a convocação do ex-ministro da Educação no governo Bolsonaro, Abraham Weintraub. A informação foi revelada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) em suas redes. 

Além disso, a Comissão também aprovou o pedido de informações ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre a visita ao Palácio do Planalto dos pastores envolvidos no esquema do Bolsolão do MEC. 

O olavista Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação no governo Jair Bolsonaro, revelou nesta terça-feira (12) que o presidente mandou que ele “entregasse” o comando do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o centrão em 2020. Um aliado do senador Ciro Nogueira (PP-PI), hoje ministro da Casa Civil, acabou assumindo a função. A  revelação foi feita em meio a um escândalo de corrupção que atinge o FNDE.

“Quem vai me dar uma ordem dessas? O meu chefe. Ele falou: você vai ter que entregar o FNDE pro Centrão e eu falei: presidente, não faça isso. E eu fiquei adiando o máximo que eu podia, fiquei adiando", afirmou Weintraub à CNN Brasil. 

O ministro disse à CNN que tentou adotar medidas de controle antes de entregar o fundo para Marcelo Lopes da Ponte. Há indícios de corrupção no ministério através do sobrepreço na compra de ônibus escolares.

"Eu subi toda a governança, as regras, do processo decisório do FNDE. Quem tem inclusive fazer um conselho, um board, decisório pro FNDE não ficar o presidente do FNDE não se reportar ao ministro da Educação, se reportar o ministro da Economia e o da Casa Civil. Na época era o Braga Netto. Tentei, o Braga Netto não quis", revelou Weintraub.

 

Bolsolão do busão

 

Segundo documentos obtidos pelo jornal Estadão, o governo Bolsonaro abriu um processo de licitação para pagar R$ 480 mil por ônibus escolar destinado ao transporte de estudantes em áreas rurais. Técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no entanto, apontaram que cada veículo deveria custar no máximo R$ 270 mil.

Ao todo, o MEC pretendia adquirir 3.850 ônibus, que pelo valor estabelecido no processo de licitação custariam R$ 2,082 bilhões. Esse valor representa R$ 769 milhões a mais do que o custo real dos veículos - uma diferença de 54%.

Após a revelação de possível superfaturamento, o pregão foi suspenso.