POLÍTICA

Guedes critica viagem à Rússia de Bolsonaro, que impõe sigilo até 2027

Itamaraty decidiu impor sigilo de cinco anos, após questionamentos do PSOL sobre a viagem que custou mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos.

Bolsonaro na RússiaCréditos: Alan Santos/PR
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O ministro da economia Paulo Guedes disse nesta terça-feira (19) que a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia não aconteceu em um momento adequado. O vídeo foi divulgado pela TV Globo. 

"O momento não era adequado. Mas o fato é que o Brasil, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, votou duas vezes condenando a Rússia ", disse o ministro. A declaração de Guedes foi em inglês, num evento do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais nos Estados Unidos.

Em fevereiro, uma semana antes do início da guerra, Bolsonaro foi até Moscou e se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin. A controversa viagem, que durou quatro dias, custou mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos. Conforme O Globo divulgou na época, a parte mais cara foram as diárias, que ultrapassaram US$ 211 mil - cerca de R$ 1 milhão. 

A farra incluiu 70 pessoas, com nomes como o do assessor especial da Presidência e integrante do gabinete do ódio, Tercio Arnaud, e o ex-sargento da polícia militar Max Guilherme. 

No entanto, o Itamaraty decidiu impor sigilo de cinco anos a algumas informações sobre a viagem, após questionamentos do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ao Ministério das Relações Exteriores (MRE). 

O PSOL queria saber mais detalhes de agenda, participantes da comitiva e assuntos tratados no país do Leste Europeu, já que nada foi convertido em política pública até agora. Além disso, se houve possíveis menções ao conflito entre Rússia e Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).  O silêncio ministerial vai se manter até 21 de fevereiro de 2027.