Análise da consultoria Eurasia Group divulgada nesta segunda-feira (18), que leva em consideração os resultados de pesquisas de 12 institutos sobre a avaliação de governo, publicadas entre maio de 2020 e abril deste ano, afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 70% de chances de vencer as eleições presidenciais deste ano.
A consultoria afirma que no atual momento aumentaram de 20% para 25% as chances de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas sem mexer nas projeções de 70% de vitória para o candidato petista.
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Queda da terceira via
De acordo com a análise da Eurasia, as chances de um candidato da chamada terceira via ser eleito caíram de 10% para 5%. Nas últimas semanas, o nome do ex-juiz Sergio Moro para disputar o Planalto foi preterido pela direção do União Brasil. Os pré-candidatos do PSDB, João Doria, e do MDB, Simone Tebet, não avançaram nas pesquisas até o momento.
Além disso, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) continua em terceiro lugar, mas distante dos resultados alcançados por Lula e Bolsonaro.
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Com base em modelo desenvolvido pela Ipsos Public Affairs, que agrega resultados das últimas eleições e de taxas de aprovação de governo, a Eurasia afirma que Bolsonaro ainda aparece como um "azarão". "Mas nos primeiros três meses de 2022, seus índices de aprovação subiram cinco pontos para uma média de 35%. Quando se observa apenas para o conjunto de dados, as chances de vitória de Bolsonaro aumentam de 19% para 36%", afirma a consultoria.
A avaliação afirma que, neste momento, é mais relevante observar índices de aprovação e com quais questões os eleitores estão mais preocupados do que taxas de intenção de voto. "Os eleitores não estão pensando na eleição", diz o relatório assinado pelo diretor-executivo do grupo para as Américas, Christopher Garman, e outros oito colaboradores.
Aprovação x rejeição
As principais variáveis para os rumos eleitorais, de acordo com os relatórios da análise são, primeiro, se os índices de aprovação de Bolsonaro vão continuar aumentando e, segundo a rejeição a Lula (com a exploração da temática da corrupção durante a campanha).
O relatório pontua sobre a primeira variável que a repercussão econômica da guerra na Ucrânia pode dificultar o caminho para Bolsonaro, diante da previsão de alta global nos preços de alimentos e combustíveis. Os autores ponderam também que, se houver mais criação de emprego e a inflação recuar ao menos um pouco, é possível que a aprovação de Bolsonaro supere 40% – nesse cenário, as chances de Bolsonaro ser reeleito alcançam 50%, de acordo com o modelo adotado pela consultoria.
Para a maioria dos eleitores, no entanto, nos três últimos meses o tema da corrupção não ficou entre os problemas que mais preocupam os brasileiros (entre 9% e 10%) – no topo estão emprego e renda.
Com informações do Valor Econômico