E CONHECEREIS A VERDADE...

Bolsonaro debocha de internauta que questionou sigilos do governo : "Em 100 anos saberá"

Desta vez, a informação que o Planalto quer esconder está relacionada aos encontros entre Bolsonaro e pastores lobistas

Jair Bolsonaro.Créditos: Divulgação/Palácio do Planalto
Escrito en POLÍTICA el

O presidente Jair Bolsonaro (PL) resolveu agir com deboche, nesta quarta-feira (13), a um questionamento feito por um internauta sobre os sigilos impostos pelo governo a uma série de informações. 

Mais cedo, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo ministro Augusto Heleno, havia decretado sigilo de 100 anos sobre os encontros entre Bolsonaro e os pastores lobistas Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de pedirem propina no Ministério da Educação (MEC) para liberar recursos para prefeituras. A tentativa de esconder informação veio como resposta a um pedido do jornal O Globo. 

"Presidente, o senhor pode me responder porque todos os assuntos espinhosos/polêmicos do seu mandato, você põe sigilo de 100 anos? Existe algo para esconder?", perguntou o usuário do Twitter identificado como Lucas Elias Bernardino em uma postagem de Bolsonaro. O titular do Palácio do Planalto, então, respondeu, usando um emoji com o sinal de positivo: "Em 100 anos saberá". 

O internauta, por sua vez, reagiu à resposta de Bolsonaro. "Presidente, me parece um tanto quanto comodo para o senhor e pessimo para toda a população, pq se a "verdade é o que nos libertará", 100 anos não é muito tempo não?", questionou. 

"E conhecereis a verdade..." 

Uma das máximas repetidas a exaustão por Jair Bolsonaro é a frase bíblica "E conhecereis a verdade, e a verdade os libertará" (João 8:32). Apesar de posar de paladino da transparência, o presidente, no entanto, recorrentemente impõe sigilo a fatos importantes e tenta esconder informações

Entre os sigilos de 100 anos impostos pelo governo, estão, por exemplo, ao processo contra o ex-ministro Eduardo Pazuello, que é general do Exército, por ter participado de manifestação com cunho político-partidário, ao cartão de vacinação do presidente e aos registros de acesso de seus filhos ao Palácio do Planalto.