Em entrevista autorizada pelo Supremo Tribunal Federal à revista Veja, Ronnie Lessa, preso por ter efetuado os disparos que assassinaram Marielle Franco e Anderson Gomes, confirmou que foi ajudado por Jair Bolsonaro (PL) em 2009, quando perdeu parte da perna na explosão de uma bomba em seu carro, e disse que sai como "mal-agradecido nessa história".
Na entrevista, que foi editada em curtíssimos trechos pela Veja, Lessa diz que Bolsonaro intercedeu a seu favor para que fosse atendido na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Rio de Janeiro.
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“Bolsonaro era patrono da ABBR. Quando soube o que aconteceu, interferiu. Ele gosta de ajudar a polícia porque é quem o botou no poder", disse.
Em seguida, Lessa, que era vizinho de Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra, na zona sul do Rio, emenda que "no final dessa história eu saio como mal-agradecido. Nunca fui apertar a mão dele", ressaltou.
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O ex-PM, no entanto, nega a proximidade do vizinho - pai de Jair Renan, que diz ter namorado a filha de Lessa.
“É um cara esquisito. Se vi cinco vezes na vida, foi muito. Um dia cumprimenta, outro não, e mesmo assim só com a mãozinha. E nunca vi os filhos dele”.
Na entrevista, Lessa também negou que tenha assassinado Marielle Franco - “Eu não matei aquela menina. Hoje consigo enxergar que existia plano A, B e até um C” - e atribui a intermediação do crime a Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope, que era próximo ao clã Bolsonaro e foi morto em ação da PM da Bahia.
“Ele estava num patamar em que não entrava mais num carro para dar tiro em ninguém, mas tenho quase certeza de que o grupo dele fez”, diz Lessa em relação ao Escritório do Crime, grupo armado ligado à milícia de Rio das Pedras que era comandado por Adriano da Nóbrega.
Com informações da Veja