Após o governador de São Paulo João Doria anunciar aos seus aliados que não ia mais disputar a presidência da República, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, divulgou uma carta onde afirma que o resultado das prévias do PSDB será respeitado.
"Venho, por meio desta, reafirmar que o candidato a Presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o governador do Estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021. As prévias serão respeitadas pelo partido", escreveu Bruno Araújo, se dirigindo ao presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi.
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"O governador tem a legenda para disputar a Presidência da República. E não há, nem haverá qualquer contestação à legitimidade da sua candidatura pelo partido. Aproveito a oportunidade para reafirmar o compromisso do PSDB com o processo democrático brasileiro", diz outro trecho da carta.
"Nem fui nem voltei"
O governador João Doria declarou à jornalista Monica Bergamo que a desistência da candidatura presidencial ainda não está sacramentada.
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"Estou correndo muito aqui. Mas nem fui, nem voltei. Só para você saber. Só especulação", declarou João Doria.
Doria desiste da Presidência, irrita PSDB e pode beneficiar Haddad
O governador de São Paulo, João Doria, não vai mais disputar a presidência da República. A sua decisão foi revelada para Rodrigo Garcia, o seu vice e que vai disputar o Palácio dos Bandeirantes, na tarde desta quarta-feira (30). A decisão do político causou surpresa e abriu uma crise no PSDB.
Segundo informações da Folha de S. Paulo o vice-governador acusou Doria de traição. Em sua defesa, João Doria afirmou que vai manter a sua promessa de não disputar a eleição e que vai apoiar o vice para a disputa do governo do estado de São Paulo, conforme combinado desde 2018.
Porém, Rodrigo Garcia contava com a renúncia de Doria para disputar a eleição com a cadeira de governador.
O cenário com Doria no governo e Rodrigo Garcia candidato beneficia Fernando Haddad (PT), que hoje lidera as intenções de votos para o governo de São Paulo, pois, o vice-governador não terá a estrutura do Estado e pode ser contaminado pela rejeição de João Doria, o que torna as suas chances de ir ao segundo turno ainda mais difíceis.
Aliados do governador acreditam que ele ainda pode mudar de ideia e há uma expectativa para um pronunciamento do governador no final da tarde desta quinta-feira (31).
Integrantes do PSDB acreditam que a decisão de João Doria é uma reação às movimentações da ala liderada pelo deputado Aécio Neves (MG), que busca fazer de Eduardo Leite (RS) o candidato do PSDB à presidência. Para alguns tucanos, o objetivo de Doria é "dar um xeque-mate no PSDB".
O Chefe da Casa Civil, Cauê Macris, e o deputado Carlos Sampaio tentam fazer com que Doria mude de ideia e mantenha a sua candidatura à presidência. Tucanos paulistas temem que a decisão de Doria "imploda" o projeto do partido em São Paulo.
O governador de São Paulo cancelou toda a sua agenda para esta quinta, manteve apenas a participação no 4º Seminário Municipalista que acontece hoje no Palácio dos Bandeirantes, às 16h, momento em que se acredita que Doria fará um pronunciamento sobre o seu futuro político.