PAPELÃO

Moro comete nova gafe nas redes e compartilha artigo que não leu

O presidenciável Sergio Moro aprontou mais uma de suas gafes no Twitter ao comentar sobre fertilizantes; entenda

Sergio Moro durante audiência no Senado.Créditos: Marcos Oliveira/Agência Senado
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O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato à presidência pelo Podemos, voltou a cometer uma gafe no Twitter nesta quinta-feira (3). Moro compartilhou um tuíte de um de seus coordenadores de campanha sem ler que a postagem original tinha um link inacessível.

"Governos anteriores nada fizeram para diminuir a nossa dependência da importação de fertilizantes. Um artigo de 2009 do então Min. da Agricultura já alertava para o problema. Precisamos investir mais nas tecnologias biológicas, da Embrapa, para reduzir o uso de químicos no solo", escreveu o ex-ministro em seu Twitter ao divulgar mensagem publicada pelo agrônomo Xico Graziano, integrante de seu núcleo de campanha, que teria compartilhado tal documento citado pelo ex-juiz.

A mensagem de Graziano dizia o seguinte: "Produção de fertilizantes no Brasil caiu de 9,81 MM de t em 2007 para 8,184 MM em 2017. Ou seja, a tragédia da dependência começou no governo do PT. Bolsonaro também não fez nada. Vejam análise da SAE. file:///C:/Users/Xico/Desktop/Estudo%20Estrate%CC%81gico%20Fertilizantes.pdf"

Acontece que o link com a análise citada pelo agrônomo não está disponível online e só é acessível no computador do próprio. Ou seja, Moro fez uma publicação citando tal "artigo" sobre fertilizantes sem sequer ter acesso a ele.

Dependência da importação de fertilizantes 

Apesar de ser grande produtor de alimentos, o Brasil é altamente dependente da importação de fertilizantes, com cerca de 85% desses produtos sendo comprada no mercado internacional. Esse tipo de insumo foi o o produto mais importado entre os itens da categoria “indústria de transformação”, segundo dados da balança comercial brasileira, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). 

A Rússia é um dos maiores fornecedores do insumo para o agronegócio brasileiro, o que deixou o Brasil em situação bastante delicada diante da guerra na Ucrânia. O país chegou a esse nível de dependência, principalmente porque a Petrobras fechou uma unidade e vendeu três das fábricas de fertilizantes do país durantes o governo Jair Bolsonaro.

“Dependemos da importação de fertilizantes, principalmente da Rússia, que antes a Petrobras produzia em Sergipe, Bahia e Paraná. Da mesma forma, a política de preços dos combustíveis, a privatização e subutilização de nossas refinarias, vêm tornando o país dependente da importação de derivados do petróleo”, afirma Deyvid Bacelar, coordenador-gral da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

“Sabemos que qualquer conflito internacional nas regiões que têm petróleo e gás causam impacto no Brasil. No caso dos fertilizantes, a Petrobras arrendou a Fafen da Bahia e do Sergipe para a Unigel, que vem priorizando exportações de amônia a produzir ureia no país”, observa Gerson Castellano, petroquímico e diretor da FUP. Desde 2015, a entidade tem alertado para os riscos de o Brasil ficar na dependência externa, principalmente de países com instabilidades políticas.

Confira a gafe de Moro:

Reprodução/Twitter