Nesta terça-feira (22), foi feita uma reunião tensa entre lideranças evangélicas após a divulgação de um áudio em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, admite que priorizou pastores na pasta a pedido de Jair Bolsonaro (PL).
Ribeiro foi atacado diretamente por três importantes integrantes da frente parlamentar e aliados de longa data, como o deputado Marco Feliciano (PL) e o filho do pastor RR Soares, David Soares (União Brasil).
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Entre diversas críticas, Feliciano chamou a nota disparada por Ribeiro de "imbróglio sem tamanho" e afirmou que o caso é "grave". "O governo Bolsonaro está sangrando", admitiu.
“Ninguém é louco, ninguém é bobo, né?”, disse, referindo-se ao comunicado do ministro. Acredito que o próprio Parlamento vai fazer algum tipo de convocação. Eu quero ouvi-lo pessoalmente. O áudio é uma prova. É no mínimo imoral. Se eu sou o ministro neste momento, eu já teria entregado minha carta e me afastado”, continuou o parlamentar.
“Começamos a sangrar ontem à noite [segunda-feira], estamos sangrando o dia todo [terça-feira], hoje à noite nós teremos todos os jornais falando… Acham que é a bancada evangélica. E não temos nada a ver com isso. A situação ficou ruim, acho que não tem como remediar. O estrago já foi feito. Pesou demais sobre nós. Mais uma vez, como evangélicos, fomos expostos ao ridículo. É péssimo para nós. O ministro deve uma explicação para o Brasil todo”, seguiu Feliciano.
Filho de RR Soares diz que tem "maior dificuldade no MEC"
Em outra parte da reunião, o pastor colocou em dúvida a intenção de pastores em beneficiarem prefeitos junto a Milton Ribeiro: “Se formos ouvir o ministro, é preciso chamar o prefeito para saber se de fato recebeu alguma coisa e, se recebeu, por que os pastores intermediaram. Eles facilitaram gratuitamente? Ninguém sai de uma cidade para outra, de um estado para outro, apenas para fazer uma bondade, a não ser que seja Madre Teresa de Calcutá”.
Já RR Soares defendeu a investigação do ministro da Educação e revelou que "tem a maior dificuldade com o MEC". “Precisa ser investigado. Quando falam que as pessoas estavam lá [no MEC] e através de duas pessoas [pastores] conseguiam tudo… Eu tenho a maior dificuldade no MEC. Em alguns setores do MEC, nada anda”, afirmou. E seguiu: “Se está tendo espaço para pessoas agirem como lobby, isso precisa ser coibido. Será decepcionante saber que colegas nossos estavam fazendo funções ilegais”.
* Com informações da coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles