Alçado à presidência do recém criado Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política (Cosenp) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Michel Temer (MDB) iniciou sua gestão debatendo a adoção do semiprensidencialismo com os empresários paulistas, tramando uma continuidade do golpe iniciado em 2016 com a deposição da então presidenta Dilma Rousseff (PT).
Temer, que também integra o conselho consultivo do grupo de trabalho sobre o tema da Câmara dos Deputados, abriu os trabalhos dizendo que "precisamos ter posicionamento que vá além de defender a indústria, pois é fundamental que as nossas corporações todas estejam presentes e sejam ouvidas pelas autoridades constituídas”.
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Temer foi elogiado pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente do Brasil, José Alencar, que disse que o medebista "tem humildade".
“Temer foi nomeado para o cargo porque tem humildade. E isso o torna forte para nos ajudar, assim como ele ajudou a sociedade brasileira. Temos inúmeros problemas que só poderão ser solucionados com pacificação e união nacional”, disse.
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Golpe dentro do golpe
Para falar sobre a proposta, Temer convidou o deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), que coordena os debates no Congresso.
“A resolução de crises é mais rápida quando um país tem um primeiro-ministro, que pode ser substituído em questão de horas, enquanto um pedido de impeachment do presidente demora muito mais tempo e desestabiliza as instituições”, disse Moreira, sinalizando a verdadeira intenção dos defensores da proposta.
Ives Gandra Martins, advogado simpatizante das ideias do guru Olavo de Carvalho, morto recentemente, participou do debate e disse nas redes sociais que as teses foram bem recebidas.
"O tema debatido foi a PEC do semi-presidencialismo, na qual pela semelhança com o modelo 'parlamentarismo mitigado' que sempre defendi, tenho também apoiado", disse Gandra Martins.
Quem também participou do "debate" foi o general Adalmir Domingos, coordenador executivo de conselhos e departamentos da Fiesp.