Contrariando bolsonaristas, o senador Flávio Bolsonaro (PL) votou nesta terça-feira (15) a favor da Lei Paulo Gustavo, que autoriza o repasse de R$ 3,8 bilhões a projetos culturais impactados pela pandemia.
Além de Flávio, setenta e três parlamentares votaram a favor da matéria, incluindo os governistas Fernando Bezerra (MDB-PE) e Marcos Rogério (PL-RO). Apenas o senador Marcio Bittar (PSL-AC) se absteve. Os votos estão disponíveis no site do Senado.
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A atitude de Flávio gerou revolta entre bolsonaristas. Nas redes sociais, apoiadores do clã Bolsonaro criticaram o filho 03. "72 votaram a favor, Incluindo o inutil do Flávio Bolsonaro! Que vergonha!", escreveu um perfil que se denomina conservador.
"Votei, voto e votarei no pai. O Eduardo manda bem e o Carlos é o cão de guarda muito importante para Bolsonaro. Já o Flávio é o Calcanhar de Aquiles, só faz 'm' e quase sempre vota errado. Uma vergonha", lamentou outro.
O apresentador da Jovem Pan Jorge Serrão questionou, em seu perfil no Twitter, se Flávio "deu mole na votação". "Só vejo esse Senador votar contra o país... esse eu não confio... é o filho problemático...", escreveu um seguidor.
"Infelizmente, o fraquejada [Flávio] não vai esclarecer isso. Acredito que ele tenha acordos próprios demais dentro do Senado para votar não em matérias como esta. Quero crer que o voto dele não tenha sido por orientação do pai", respondeu outro.
Bolsonaristas vão trabalhar pelo veto
O irmão de Flávio, o deputado Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP), disse que irá trabalhar pelo veto. "Não queremos mais uma CPI da Rouanet, mas agora com o nome do artista. Trabalhemos pelo veto na Câmara e sua manutenção", escreveu.
Já o secretário nacional de incentivo e fomento à cultura, André Porciuncula, afirmou acreditar que o presidente Jair Bolsonaro vetará a medida integralmente. "Sendo claramente inconstitucional, já que fere o pacto federativo, impedindo o Governo Federal de definir políticas públicas na cultura, acredito que o presidente irá vetar integralmente", disse.
O secretário especial da Cultura, Mario Frias, pontuou que o texto é "absurdo" e "completamente inconstitucional". No ano passado, ele já havia dito que a proposta "tenta transformar a Secretaria Especial de Cultura num mero caixa eletrônico de saque compulsório".
"É um absurdo. A manobra feita é completamente inconstitucional. A Câmara dos Deputados tinha conseguido apresentar uma proposta razoável, mas foi completamente descartada", escreveu.
Durante a votação no Senado, o governo não se posicionou sobre a proposta e liberou a base para votar como quisesse. O presidente Jair Bolsonaro tem até 15 dias para sancionar ou vetar a lei.