Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e um dos motivos do racha entre Jair Bolsonaro (PL) e Sergio Moro (Podemos), vai se filiar ao partido do presidente até o fim de março para ser candidato a deputado estadual ou federal pelo Rio de Janeiro.
Com isso, ele deve deixar a direção da agência e a carreira na Polícia Federal até abril para disputar a eleição de 2022. Ramagem já mostrava indícios que tentaria carreira na política desde abril do ano passado, quando passou a alimentar frequentemente seus perfis nas redes sociais, com publicações em defesa de Jair Bolsonaro e posicionamentos em assuntos que não estão diretamente relacionados à Abin, como a questão do voto impresso.
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Rompimento com Moro
Ramagem foi justamente o escolhido por Bolsonaro para chefiar a Polícia Federal no lugar de Maurício Valeixo. A decisão do presidente de trocar o comando da PF foi o estopim para o pedido de demissão de Moro em abril de 2020.
Nos últimos dias, o atual diretor-geral da Abin concedeu uma entrevista a um canal do YouTube. Na ocasião fez críticas a Sergio Moro e disse que o ex-ministro da Justiça "traiu" o presidente Jair Bolsonaro. "O Moro no começo pareceu um grande acerto, uma grande esperança. Depois foi uma grande decepção e o que se viu foi uma deliberada traição. Uma traição não ao presidente, mas à sociedade", disse Ramagem a um canal.
Subcelebridades são escaladas ao PL por Bolsonaro
O partido de Jair Bolsonaro também escalou subcelebridades para ajudar na eleição de parlamentares em 2022. Nesta terça-feira (15), vai filiar o cantor Netinho, que já se declarou pré-candidato a deputado pela Bahia, e o jogador de vôlei Maurício, demitido do Minas Tenis Clube no ano passado por fazer comentários homofóbicos sobre a HQ do Super Homem - a DC disse que o herói é bissexual.
Os dois serão as estrelas do evento em que a deputada federal Carla Zambelli vai formalizar sua migração para o PL, nesta terça, na sede do partido.
Netinho, mais conhecido pelo sucesso dos carnavais baianos Mila, foi convidado por Zambelli para ser um puxador de votos do bolsonarismo na Bahia.
Já Maurício se aproximou da família Bolsonaro em trocas de mensagens nas redes sociais, após a derrota da seleção masculina de vôlei na Olimpíada de 2021.
* Com informações das colunas de Juliana Dal Piva, no UOL, e Malu Gaspar, em O Globo