O empresário paulistano Ricardo Semler publicou artigo na seção Tendências e Debates da Folha deste domingo (13), em que pede o voto de seus pares ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para ele, “a obstinada procura míope pela terceira via continua criando um risco substancial à nação”. O empresário alerta que “Lula (PT) segue líder nas pesquisas, mas há sinais de que sua vitória pode estar em perigo. A jogada do Auxílio Brasil, obtida com ampla corrupção no Congresso, ainda não fez efeito —nem o fim da pandemia, com o aumento de empregos que virá junto”.
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Ele lembra ainda que “as ondas da Ucrânia chegarão aqui. Em forma de inflação, mas também como inspiração de truculência ditatorial, tão atrativa ao nosso presidente Jair Bolsonaro (PL)”.
Pária internacional
Semler considera que, se Bolsonaro se reeleger, “o Brasil vai para a categoria de ‘rogue country’ —pária institucional, como já tem ocorrido na prática. Irá se juntar à Hungria, à Venezuela e às Filipinas como um ‘paiseco’ que aguarda o fim da ditadura democratizada”.
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Ao duvidar da inteligência emocional dos empresários, Semler afirma que talvez seja por isso que “eles estejam presos na balela de uma terceira via. Na prática, eles se abstêm de responsabilidades e derramam lamúrias em almoços na Faria Lima. Correm o risco de deixar o Brasil derreter numa segunda gestão bolsonarista desastrosa”.
“Repete-se a ladainha do perigo vermelho e outras posições ignorantes —ora, o PT nada mais é do que um socialismo brando europeu. A opção, aliar-se ao que o Brasil tem de mais corrupto e sórdido, o centrão, é miopia medonha”, afirma.
Ao final, ele diz que “é hora de empresários importantes e as centenas de jovens milionários se associarem para evitar o pior. Chega de centrão, ou acreditar que a direita de baixo intelecto é uma solução para o país”.
Ao encerrar, completa: “armemo-nos em favor do Brasil, usando as muitas inteligências que Deus nos deu. Em vez de pistolas engatilhadas por machões, vamos de tiros que vêm do tirocínio. A hora é esta”.
Com informações da Folha