Mario Frias, secretário especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro (PL), usou as redes sociais nesta quarta-feira (9) para defender o ex-BBB Adrilles Jorge, comentarista demitido da Jovem Pan após a repercussão de uma saudação nazista feita em programa na noite desta terça.
"É preocupante que um vídeo em que a pessoa fala, de forma explicita, ser contra o nazismo seja usado para imputar a essa pessoa o crime de ser nazista. A realidade virou massa de modelar?", escreveu Frias no Twitter.
O ex-comentarista respondeu ao afago: "A realidade foi subvertida pela cultura do ódio do bem aliado a covardia. A omissão é mãe da canalhice".
Frias compartilhou um comentário de André Porciuncula, o policial militar que comanda a Secretário Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, também defendendo Adrilles. "Não deixa de ser assustador que consigam vinculá-lo a apologia ao nazismo, em um vídeo em que ele está falando clara e abertamente contra essa abominação", tuitou.
Saudação nazista na Jovem Pan
Adrilles fez saudação nazista na noite desta terça-feira (8) ao comentar na Jovem Pan a declaração de Bruno Aiub, o Monark, que defendeu a formação de um “partido nazista reconhecido pela lei” durante o Flow Podcast.
Em seu comentário, o comentarista usou a velha tática de bolsonaristas e ultraconservadores de tentar equiparar o nazismo ao comunismo. Ao ser interrompido ao final, Adrilles se despediu com a palma da mão estendida que ficou conhecida como a saudação ao líder nazista Adolph Hitler.
Percebendo o gesto, o apresentador William Travassos do programa balança a cabeça e diz baixinho: "surreal isso". Ao lado, Adrilles dá uma risada sarcástica. É comum entre neonazistas fazer gestos "discretos" para atiçar as bases, no chamado "apito de cachorro" ("dog whistle").
O comentarista foi demitido da emissora após o episódio e virou alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo.