O ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) continua disputando passo a passo o eleitorado conservador com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pré-candidato à Presidência lançou no Ceará, nesta segunda-feira (7), a sua “Carta de Princípios aos Cristãos”.
Na ocasião, Moro defendeu a “imunidade tributária” das “Organizações Religiosas e de Terceiro Setor confessionais” e pregou a defesa da “não ampliação da legislação em relação ao aborto”.
No dia anterior, o ex-juiz considerado suspeito aproveitou a gafe (leia abaixo) de Bolsonaro e postou foto ao lado da estátua de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte (CE).
Um dos primeiros a comentar a postagem foi o ex-ministro da Educação Ricardo Vélez, com uma frase que deixa no ar se foi séria ou ironia:
“Força, Sérgio Moro, Democracia e Desenvolvimento sem corrupção: essa é a receita de que o Brasil precisa!”, escreveu o ex-ministro.
Suspeita de sonegação
O subprocurador geral Lucas Rocha Furtado, representante do Ministério Público (MP) no Tribunal de Contas da União (TCU), pediu no início do mês que o tribunal declare a indisponibilidade dos bens do ex-juiz em razão de suspeitas de sonegação fiscal diante do contrato milionário com a consultoria estadunidense Alvarez & Marsal.
Gafe de Bolsonaro
“Dadas as nossas revogações, feitas há pouco tempo, falaram que eu revoguei o luto de Padre Cícero, lá de Pernambuco”, disse Bolsonaro, errando o estado onde nasceu o líder religioso – o Ceará.
Em seguida, Bolsonaro usou o termo “pau de arara” para se referir aos nordestinos. A expressão preconceituosa era usada para se referir aos nordestinos que viajavam em caçambas de caminhões – o “pau de arara” – para outras regiões do Brasil em décadas passadas.