O ex-presidente Lula (PT) se reuniu nesta quinta-feira (3), em São Paulo, com Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco. No encontro, ambos tentaram chegaram a um acordo sobre a candidatura ao governo do estado de Câmara.
PT e PSB pretendem firmar aliança com candidatura única em Pernambuco. Ambas as legendas, junto ao PCdoB, se articulam para formar uma federação partidária e vêm firmando composições nas disputas estaduais.
O PSB já anunciou que apoiará a candidatura de Lula à presidência, mas nos arranjos dos estados, Pernambuco era um nó ainda não desatado. Isso porque o PT lançou, em dezembro do ano passado, a pré-candidatura do senador Humberto Costa ao governo do estado.
O nome de Humberto Costa, porém, foi lançado como uma opção à Frente Popular, composta pelos dois partidos. A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou recentemente, no entanto, que o Paulo Câmara e o PSB teriam prioridade na indicação do candidato, apesar de este nome ainda não ter sido definido.
Na reunião desta quinta-feira, Câmara teria apresentado a Lula o nome do deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), que foi coordenador da campanha de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco em 2006. O ex-presidente, segundo o jornal O Globo, por sua vez, teria acordado com o governador que o PT apoiará Cabral, com a contrapartida de indicar um nome para concorrer ao Senado na mesma chapa.
"No acordo, o PSB exigiu o apoio do PT no estado. A direção nacional fez o acordo e não vamos ter candidato em Pernambuco", teria dito Humberto Costa, de acordo com o jornal O Globo.
Na última semana, Costa esteve com Câmara e, após a reunião, disse à Fórum que "o PT não tem interesse me promover um ruptura" na Frente Popular de Pernambuco. "Estamos defendendo nosso nome, legitimamente, junto à Frente Popular. A possibilidade de haver um racha não existe. A proposta não é essa. A proposta é, pelo convencimento, chegar a um nome capaz de levar a frente popular a um resultado melhor possível", pontuou.
“Ficou acertado que na próxima semana fecharíamos essa questão [da candidatura única apoiada por PT e PSB]. PT mantém a indicação do meu nome e PSB deve apresentar um nome, aí nessa reunião vamos decidir e chegar ao nome do consenso. Nesse período vai todo mundo vai trocar ideias”, prosseguiu Humberto Costa.
Discussões sobre outros estados
O PSB já decidiu apoiar candidaturas do PT em 4 estados: Bahia (Jaques Wagner), Sergipe (Rogério Carvalho), Piauí (Rafael Fonteles) e Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra). Além disso, a legenda oferecerá palanques ao PT em Alagoas e no Maranhão.
O PT, por sua vez, deve apoiar candidatos do PSB, além de Pernambuco, no Rio de Janeiro (Marcelo Freixo) e Espírito Santo (Renato Casagrande).
O principal impasse entre as duas legendas está em São Paulo. No estado, o PT trabalha com a candidatura de Fernando Haddad, enquanto o PSB quer lançar Márcio França. Nenhuma das siglas sinalizam que pretendem abrir mão da disputa.
Pesquisas de intenção de voto têm mostrado que Geraldo Alckmin (sem partido) lidera a disputa no estado, mas há a expectativa que o ex-tucano abandone a corrida para ser candidato a vice na chapa de Lula (PT) à presidência. Sem Alckmin no páreo, Haddad lidera.
“Paralelo ao esforço de construir a federação, vamos discutir os estados. Vamos marcar uma reunião com São Paulo. O PT entende que a candidatura do Haddad é essencial, o PSB entende que a candidatura do Márcio é importante. Com respeito entre nós, temos que chegar a um denominador comum”, disse Gleisi Hoffmann recentemente, adicionando ainda que pretende envolver o PSOL, que tem Guilherme Boulos como pré-candidato ao governo de São Paulo, nas discussões.
As duas legendas, nas próximas semanas, devem também tentar um acordo para o Rio Grande do Sul, onde o PT trabalha com a pré-candidatura de Edegar Pretto e o PSB a de Beto Albuquerque.