O ex-presidente Lula (PT) viaja ao México na próxima terça-feira (1) , onde tem um encontro marcado com o presidente do país, Andrés Manuel López Obrador.
Trata-se da primeira agenda internacional do ano feita pelo petista, que no ano passado realizou um giro pela Europa e foi recebido nos países como chefe de Estado.
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A viagem de Lula ao México acontece após convite feito por Obrador, que é de centro-esquerda e que, em inúmeras situações, prestou apoio ao ex-presidente brasileiro. Em março do ano passado, por exemplo, AMLO, como é conhecido o mandatário mexicano, celebrou a anulação das sentenças condenatórias do petista.
Acompanharão o petista em sua agenda a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, os ex-ministros Celso Amorim e Aloizio Mercadante, que é presidente da Fundação Perseu Abramo, e o senador Humberto Costa (PT-PE).
Além do encontro com AMLO, Lula falará para deputados e senadores do México, e também se encontrará com lideranças políticas do Morena, partido do presidente.
Agenda internacional
A nova viagem de Lula dá sequência a uma agenda internacional exitosa do ex-presidente. Em novembro do ano passado, o petista fez um giro pela Europa em foi aplaudido de pé no Parlamento Europeu, se reuniu com inúmeras lideranças políticas e foi recebido, pelos países que passou, com honras de chefe de Estado.
Já em dezembro, o ex-presidente esteve na Argentina, onde foi aclamado por uma multidão durante a celebração do Dia da Democracia e dos Direitos Humanos, na Praça de Maio, em Buenos Aires.
O petista discursou ao ao lado do presidente do país, Alberto Fernández, da vice-presidenta Cristina Kirchner e do ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica.
Giro internacional de Lula deve aumentar seu capital político, diz especialista
Em novembro, quando esteve na Europa, Lula se reuniu e arrancou elogios do novo chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, discursou e foi aplaudido de pé no Parlamento Europeu, tendo se reunido ainda com a vice-presidente da casa legislativa, teve uma recepção calorosa na França, onde foi agraciado com o prêmio Coragem Política, da revista Politique Internationale, e almoçou com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.
O ápice da viagem, no entanto, se deu ao encontrar Emmanuel Macron, presidente da França, que por sinal é desafeto de Bolsonaro. O ex-presidente brasileiro foi recebido com pompa pelo mandatário francês, com direito a honrarias e marcha da Garde Républicaine, protocolo típico utilizado para receber chefes de Estado. No final da viagem, Lula ainda teve reunião com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
À Fórum, a professora Ariane Roder, especialista em ciência política e relações internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou que Lula, quando presidente, “foi reconhecido por exercer uma diplomacia ativa”, lembrando que o petista protagonizou debates, alianças e coalizões internacionais nas áreas comercial, ambiental e de segurança.
“Agora, de volta a cena política, estrategicamente partiu em busca de ocupar o vácuo diplomático que tem sido deixado pelo governo Bolsonaro nas relações internacionais. Em busca de apoio e alianças com governos alinhados a propostas da social democracia, busca reunir forças contra um movimento conservador de ultra direita que tem ganhado espaços em diversas nações no mundo”, avalia a cientista política.
Segundo a professora, o capital político de Lula deve ganhar novo impulso com as viagens e, inclusive, influenciar nas próximas eleições. O petista, no momento, lidera todas as pesquisas de intenção de voto para a presidência.
“Na Europa, França e Alemanha já sinalizaram esse apoio, dando palco ao ex-presidente e pré-candidato às eleições de 2022. A tendência é que esse movimento reverbere positivamente nas disputas eleitorais brasileiras ampliando o capital político de Lula ao demonstrar apoios estratégicos relevantes”, analisa.