GUERRA

Deputado bolsonarista usa feministas para debochar de guerra na Ucrânia

Capitão Derrite acompanhou Bolsonaro em coletiva neste domingo, em que presidente disse que Brasil manteria neutralidade na guerra

Capitão Derrite e Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa sobre Rússia e UcrâniaCréditos: Reprodução/Youtube
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O deputado bolsonarista Capitão Derrite (Progressistas) usou o movimento feminista para debochar da decisão do governo da Ucrânia de proibir homens de de 18 a 60 anos de deixarem o país.

"Não vi nenhuma feminista pedindo igualdade diante do anúncio do governo da Ucrânia de que homens de 18 a 60 anos estão proibidos de deixar o país…", escreveu o deputado.

Neste domingo (28), ele acompanhou o presidente Jair Bolsonaro (PL) na entrevista coletiva que ele deu a jornalistas, em que alfinetou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e disse que a Brasil manteria a neutralidade em relação à guerra entre os dois países.

O que o Exército tem a ver com o feminismo

Ao usar esse argumento, Derrite apela para um senso comum sem sentido através de um comentário que descredibiliza as reinvindicações da luta feminista.

Além de muitas mulheres não serem a favor do alistamento militar como obrigatoriedade para nenhum dos gêneros, as discussões do feminismo são mais profundas do que apenas homens e mulheres poderem fazer as mesmas coisas.

O Exército, assim como a guerra, são estruturas muito mantidas pelo patriarcado. No Brasil, por exemplo, na Constituição de 1824, estava escrito que “todos os brasileiros são obrigados a pegar em armas para sustentar a independência, a integridade do Império e defendê-lo de seus inimigos”.

O detalhe é que, nesta época, mulheres  não eram cidadãs dignas de direitos e deveres. Logo, foi um projeto criado por homens e para homens, como permanece até hoje.