O deputado bolsonarista Capitão Derrite (Progressistas) usou o movimento feminista para debochar da decisão do governo da Ucrânia de proibir homens de de 18 a 60 anos de deixarem o país.
"Não vi nenhuma feminista pedindo igualdade diante do anúncio do governo da Ucrânia de que homens de 18 a 60 anos estão proibidos de deixar o país…", escreveu o deputado.
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Neste domingo (28), ele acompanhou o presidente Jair Bolsonaro (PL) na entrevista coletiva que ele deu a jornalistas, em que alfinetou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e disse que a Brasil manteria a neutralidade em relação à guerra entre os dois países.
O que o Exército tem a ver com o feminismo
Ao usar esse argumento, Derrite apela para um senso comum sem sentido através de um comentário que descredibiliza as reinvindicações da luta feminista.
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Além de muitas mulheres não serem a favor do alistamento militar como obrigatoriedade para nenhum dos gêneros, as discussões do feminismo são mais profundas do que apenas homens e mulheres poderem fazer as mesmas coisas.
O Exército, assim como a guerra, são estruturas muito mantidas pelo patriarcado. No Brasil, por exemplo, na Constituição de 1824, estava escrito que “todos os brasileiros são obrigados a pegar em armas para sustentar a independência, a integridade do Império e defendê-lo de seus inimigos”.
O detalhe é que, nesta época, mulheres não eram cidadãs dignas de direitos e deveres. Logo, foi um projeto criado por homens e para homens, como permanece até hoje.